quarta-feira, 18 de abril de 2012

Gênesis capítulo 13.

Gn.13: 1a4- “Subiu, pois, Abrão do Egito ...
até ao lugar onde a princípio estivera a sua tenda, entre Betel e Ai; até ao
lugar do altar que outrora tinha feito; e Abrão invocou ali o nome do Senhor.”
Aqui vemos o Senhor restaurando seu servo que havia descido ao Egito. No Egito não existe altar, não se invoca o nome do Senhor, mas algo que nos chama muitíssimo a atenção é que Deus traz Abrão de volta, depois de sua queda e fracasso em obedecer, Deus o traz no exato lugar “do altar que outrora tinha feito”. Deus não o rebaixa a um lugar menos nobre ou mais distante, Deus o restaura por completo, porque a Graça do Deus não trabalha sobre os nossos padrões de medida e, nem mesmo sobre os nossos méritos, O Senhor o restaura totalmente e nada lhe “lança em rosto” (Tiago1: 5). Assim é o Nosso Grande Deus, perfeito em Si mesmo e completamente Bondoso. Nada pode satisfazer a Deus com respeito a um apóstata ou extraviado, senão a sua inteira restauração. “Se voltares, ó Israel, para Mim voltarás”(Jr.4: 1). A alma restaurada terá uma compreensão viva e profunda do mal de que foi liberta; liberta não para pecar mais, mas para ter profunda gratidão e amor Àquele que a libertou.

Abrão e Ló separam-se. (Gn.1: 5a8)

Talvez, mais difícil do que a prova da fome, tenha sido para Abrão o separar-se de seu último parente trazido de Ur. Ló havia se unido ao seu tio Abrão para a viajem rumo à terra prometida (Canãa), provavelmente também esperando pela promessa que fora feita a seu tio, mas ele mesmo não possuía tal promessa, ele andava pela correnteza ou pela influencia gerada por seu tio. Assim como nos grandes avivamentos e, na saída de Israel da terra do Egito, sempre há aqueles que acompanham o movimento sem a verdadeira Fé, sem terem sido chamados por Deus, sem compreenderem o
destino celestial. No meio da jornada eles acabam causando grandes males para os santos; Assim como o populacho, o vulgo que saiu do Egito com o povo de Deus, mas dele não fazia parte: “E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer?”(Nm.11: 4). Assim, somos exortados a ver se estamos andando segundo a influência divina ou humana; se a nossa fé está postada na sabedoria do homem ou no poder de Deus; se estamos fazendo as coisas porque os outros fazem, ou porque o Senhor nos chamou para fazer; se somos meramente fortalecidos pela influencia de nossos semelhantes ou sustentados pela fé em Deus. Esta é uma séria
indagação. É um grande privilégio desfrutarmos da comunhão com nossos irmãos, porém este não deve ser o sustentáculo de nossa fé e sim o nosso relacionamento pessoal com Deus e, este foi o ponto que Ló não pode compreender em sua jornada. Ele viu muitas vezes a maravilhosa adoração e os altares que seu tio Abrão construiu ao longo do caminho, mas jamais conseguiu ver o real sentido da profunda comunhão com Deus.

O contraste entre a fé de Abrão e a conformidade com o mundo de Ló (Gn.13: 9a13).

Devemos pensar em qual o motivo de Ló ter se afastado da verdadeira fé e do caminho para Canaã. Existe uma crise na história de cada homem em que será, indubitavelmente, revelado o fundamento em que ele descansa, quais os motivos por que é instigado e quais os fins que o animam. Assim foi com Ló. Não morreu em Harã; mas caiu nas planícies de Sodoma. A causa aparente de sua queda foi a contenda de seus pastores e os pastores de Abrão; porém o fato é que quando alguém não anda realmente com um motivo verdadeiro e afeiçoes puras facilmente encontrará uma pedra para tropeçar. Pouco importa o que seja a causa aparente que serve de estopim para afastar do Caminho Santo, porque a Verdadeira causa, encontra-se oculta, longe da observação normal, nas câmaras íntimas dos afetos e desejos do coração, onde o mundo ainda tem sido procurado e amado.

A contenda poderia facilmente ser resolvida sem prejuízo espiritual, assim foi para Abrão, pois a ocasião apenas lhe deu oportunidade de mostrar sua elevação espiritual recusando-se a fazer a primeira escolha e descansando no terreno da fé. Mas para Ló, foi oportunidade de mostrar todo o mundanismo escondido em seu coração. Assim, também, muitas controvérsias se levantam na Igreja de Deus e, muitos nelas tropeçam e são arrastados de volta para o mundo; então atribuem a culpa às controvérsias, mas a verdade é que essas coisas eram apenas os meios de revelar aquilo que jamais saiu de seus corações rebeldes contra Deus: o “amor ao mundo”.

Sempre que houver contendas entre os irmãos na presença dos cananeus e dos pereseus, é uma fato lamentável e triste, mas que nossa resposta possa sempre ser: “Ora, não haja contenda entre mim e ti...porque somos irmãos” (Gn.13: 8). Abrão também podia ser atraído pelas “campinas bem regadas”, mas preferiu descansar em Deus e deixou que o Senhor o conduzisse. “As linhas caem-me em lugares deliciosos: sim, coube-me uma formosa herança” (Sl.16: 6).

Que escolheu então Ló, quando lhe foi dada a preferência? Escolheu Sodoma. O próprio lugar que estava prestes a ser julgado e condenado por Deus. Porque escolher um tal lugar?
Porque olhou para as aparências e não para o caráter intrínseco e destino
futuro. O caráter intrínseco era a impiedade e o destino o julgamento e
destruição por fogo e enxofre. Nem Abrão ou Ló poderiam saber o destino de
Sodoma, mas Deus sabia, e se Ló não priorizava ouvir o Senhor. Os seus olhos
cobiçaram a “campina, que era bem regada”, o seu coração foi atraído por
ela... “armou as suas tendas até Sodoma” (Gn.13: 12). Esta foi a mesma
escolha feita por Demas: “Demas me desamparou, amando o presente século”
(IITim.4: 10).

A parte de Abrão (Gn.13: 14a18):

“E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre”. A contenda na vida do crente Abrão, longe de o desanimar e afastar do Senhor, pelo contrário, serviu apenas para revelar os seus princípios celestiais e fortalecerem no seu espírito, a vida da fé. Além disso, fortaleceram as suas perspectivas e libertaram-no de um que só que só podia lhe ser um peso morto (Obs.: A palavra espírito aqui utilizada com letra minúscula refere-se ao espírito humano, ou a parte de nós que se liga a Deus, conforme a Palavra nos ensina em Efésios3: 16. E, também, interessante notar que os homens sempre encontram o seu próprio meio, os que correm sem serem enviados caem, de um modo ou de outro e regressam àquilo que professavam ter abandonado. Por outro lado aqueles que são chamados por Deus e se apóiam N’Ele são, por Sua graça mantidos e as “suas veredas são como a Luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Prov.4: 18). “Aquele que perseverar até o fim, será alvo” (Mt.10:22).
É importante também observar que, sempre, devemos seguir conforme o “talento” que o Senhor nos confiou, se um, dois ou cinco, é com eles que devemos negociar, não devemos ir além, nem mesmo ficar aquém daquilo a que o Senhor nos ordenou trabalhar, pois somente Ele ordena os talentos conforme a capacitação que Ele mesmo dá a cada um de nós. Todos os que Cristo chama para qualquer serviço especial mantê-los-á, infalivelmente, porque Ele nunca chamou ninguém para “militar à sua própria custa” (ICor.9: 7).

Abrão foi chamado por Deus e por isso poderia dizer: “Oh! quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, a qual operaste para aqueles que em ti confiam na presença dos filhos dos homens!” (Sl.31: 19). Ló podia escolher Sodoma, mas quanto Abrão, ele buscou e encontrou tudo em Deus! Aqueles que partem para Sodoma, nunca tiveram em seus corações a verdadeira adoração a Deus, mas somente o amor ao mundo, eles recebem o seu prêmio, alcançaram o anseio de seus desejos secretos, pois Deus “satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma” (Sl.106: 15). Quanto mais forte e satisfeita se fez, mais morto se achou o espírito.

sábado, 14 de abril de 2012

Gênesis 13.

Gn.13: 1a4- “Subiu, pois, Abrão do Egito ...até ao lugar onde a princípio estivera a sua tenda, entre Betel e Ai; até ao lugar do altar que outrora tinha feito; e Abrão invocou ali o nome do Senhor.”
Aqui vemos o Senhor restaurando seu servo que havia descido ao Egito. No Egito não existe altar, não se invoca o nome do Senhor, mas algo que nos chama muitíssimo a atenção é que Deus traz Abrão de volta, depois de sua queda e fracasso em obedecer, Deus o traz no exato lugar “do altar que outrora tinha feito”. Deus não o rebaixa a um lugar menos nobre ou mais distante, Deus o restaura por completo, porque a Graça do Deus não trabalha sobre os nossos padrões de medida e, nem mesmo sobre os nossos méritos, O Senhor o restaura totalmente e nada lhe “lança em rosto” (Tiago1: 5). Assim é o Nosso Grande Deus, perfeito em Si mesmo e completamente Bondoso. Nada pode satisfazer a Deus com respeito a um apóstata ou extraviado, senão a sua inteira restauração. “Se voltares, ó Israel, para Mim voltarás”(Jr.4: 1). A alma restaurada terá uma compreensão viva e profunda do mal de que foi liberta; liberta não para pecar mais, mas para ter profunda gratidão e amor Àquele que a libertou.
Abrão e Ló separam-se. (Gn.1: 5a8).Talvez, mais difícil do que a prova da fome, tenha sido para Abrão o separar-se de seu último parente trazido de Ur. Ló havia se unido ao seu tio Abrão para a viajem rumo à terra
prometida (Canãa), provavelmente também esperando pela promessa que fora feita a seu tio, mas ele mesmo não possuía tal promessa, ele andava pela correnteza ou pela influencia gerada por seu tio. Assim como nos grandes avivamentos e, na saída de Israel da terra do Egito, sempre há aqueles que acompanham o movimento sem a verdadeira Fé, sem terem sido chamados por Deus, sem compreenderem o destino celestial. No meio da jornada eles acabam causando grandes males para os santos; Assim como o populacho, o vulgo que saiu do Egito com o povo de Deus, mas dele não fazia parte: “E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer?”(Nm.11: 4). Assim, somos exortados a ver se estamos andando segundo a influência divina ou humana; se a nossa fé está postada na sabedoria do homem ou no poder de Deus; se estamos fazendo as coisas porque os outros fazem, ou porque o Senhor nos chamou para fazer; se somos meramente fortalecidos pela influencia de nossos semelhantes ou sustentados pela fé em Deus. Esta é uma séria indagação. É um grande privilégio desfrutarmos da comunhão com nossos irmãos, porém este não deve ser o sustentáculo de nossa fé e sim o nosso relacionamento pessoal com Deus e, este foi o ponto que Ló não pode compreender em sua jornada. Ele viu muitas vezes a maravilhosa adoração e os altares que seu tio Abrão construiu ao longo do caminho, mas jamais conseguiu ver o real sentido da profunda comunhão com Deus.
O contraste entre a fé de Abrão e a conformidade com o mundo de Ló (Gn.13: 9a13).
Devemos pensar em qual o motivo de Ló ter se afastado da verdadeira fé e do caminho para Canaã. Existe uma crise na história de cada homem em que será, indubitavelmente, revelado o fundamento em que ele descansa, quais os motivos por que é instigado e quais os fins que o animam. Assim foi com Ló. Não morreu em Harã; mas caiu nas planícies de Sodoma. A causa aparente de sua queda foi a contenda de seus pastores e os pastores de Abrão; porém o fato é que quando alguém não anda realmente com um motivo verdadeiro e afeiçoes puras facilmente encontrará uma pedra para tropeçar. Pouco importa o que seja a causa aparente que serve de estopim para afastar do Caminho Santo, porque a Verdadeira causa, encontra-se oculta, longe da observação normal, nas câmaras íntimas dos afetos e desejos do coração, onde o mundo ainda tem sido procurado e amado.
A contenda poderia facilmente ser resolvida sem prejuízo espiritual, assim foi para Abrão, pois a ocasião apenas lhe deu oportunidade de mostrar sua elevação espiritual recusando-se a fazer a primeira escolha e descansando no terreno da fé. Mas para Ló, foi oportunidade de mostrar todo o mundanismo escondido em seu coração. Assim, também, muitas controvérsias se levantam na Igreja de Deus e, muitos nelas tropeçam e são arrastados de volta para o mundo; então atribuem a culpa às controvérsias, mas a verdade é que essas coisas eram apenas os meios de revelar aquilo que jamais saiu de seus corações rebeldes contra Deus: o “amor ao mundo”.
Sempre que houvercontendas entre os irmãos na presença dos cananeus e dos pereseus, é uma fato lamentável e triste, mas que nossa resposta possa sempre ser: “Ora, não haja contenda entre mim e ti...porque somos irmãos” (Gn.13: 8). Abrão também podia ser atraído pelas “campinas bem regadas”, mas preferiu descansar em Deus e deixou que o Senhor o conduzisse. “As linhas caem-me em lugares deliciosos: sim, coube-me uma formosa herança” (Sl.16: 6).
Que escolheu então Ló, quando lhe foi dada a preferência? Escolheu Sodoma. O próprio lugar que estava prestes a ser julgado e condenado por Deus. Porque escolher um tal lugar?
Porque olhou para as aparências e não para o caráter intrínseco e destino
futuro. O caráter intrínseco era a impiedade e o destino o julgamento e
destruição por fogo e enxofre. Nem Abrão ou Ló poderiam saber o destino de
Sodoma, mas Deus sabia, e se Ló não priorizava ouvir o Senhor. Os seus olhos
cobiçaram a “campina, que era bem regada”, o seu coração foi atraído por
ela... “armou as suas tendas até Sodoma” (Gn.13: 12). Esta foi a mesma
escolha feita por Demas: “Demas me desamparou, amando o presente século”
(IITim.4: 10).
A parte de Abrão (Gn.13: 14a18):“E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre”. A contenda na vida do crente Abrão, longe de o desanimar e afastar do Senhor, pelo contrário, serviu apenas para revelar os seus princípios celestiais e fortalecerem no seu espírito, a vida da fé. Além disso, fortaleceram as suas perspectivas e libertaram-no de um que só que só
podia lhe ser um peso morto (Obs.: A palavra espírito aqui utilizada com letra minúscula refere-se ao espírito humano, ou a parte de nós que se liga a Deus, conforme a Palavra nos ensina em Efésios3: 16. E, também, interessante notar que os homens sempre encontram o seu próprio meio,
os que correm sem serem enviados caem, de um modo ou de outro e regressam àquilo que professavam ter abandonado. Por outro lado aqueles que são
chamados por Deus e se apóiam N’Ele são, por Sua graça mantidos e as “suas
veredas são como a Luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia
perfeito” (Prov.4: 18). “Aquele que perseverar até o fim, será alvo” (Mt.10:22).
É importante também observar que, sempre, devemos seguir conforme o “talento” que o Senhor nos confiou, se um, dois ou cinco, é com eles que devemos negociar, não devemos ir além, nem mesmo ficar aquém daquilo a que o Senhor nos ordenou trabalhar, pois somente Ele ordena os talentos conforme a capacitação que Ele mesmo dá a cada um de nós. Todos os que Cristo chama para qualquer serviço especial mantê-los-á, infalivelmente, porque Ele nunca chamou ninguém para “militar à sua própria custa” (ICor.9: 7).
Abrão foi chamado por Deus e por isso poderia dizer: “Oh! quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, a qual operaste para aqueles que em ti confiam na presença dos filhos dos homens!” (Sl.31: 19). Ló podia escolher Sodoma, mas quanto Abrão, ele buscou e encontrou tudo em Deus! Aqueles que partem para Sodoma, nunca tiveram em seus corações a verdadeira adoração a Deus, mas somente o amor ao mundo, eles recebem o seu prêmio, alcançaram o anseio de seus desejos secretos, pois Deus “satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma” (Sl.106: 15). Quanto mais forte e satisfeita se fez, mais morto se achou o espírito.

Gênesis capítulo 12.

Genesis 12: 1a4 - A chamada de Abraão: “Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei...
Assim partiu Abrão...” Observando a ordem dada por Deus, podemos ver que
era uma prova muito difícil para Abraão, pois ele deveria se despedir de todos os seus familiares, isto incluía seu pai e também seu sobrinho órfão, Ló.
Abraão, então, partiu de Ur dos caldeus, porém, com ele levou seu pai e
sobrinho (Gen11: 31), seus laços de carne e sangue e parou em Harã, que ficava na metade do caminho para chegar a Canaã, a terra prometida por Deus. Assim, ele não se desvencilhou de seus parentes mais próximos e nem chegou até o destino ordenado por Deus.
Atos7: 2a4 - E ele disse: Homens, irmãos, e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, estando na Mesopotâmia, antes de habitar
em Harã, e disse-lhe: Sai da tua terra e dentre a tua parentela, e dirige-te à terra que eu te mostrar. Então saiu da terra dos caldeus, e habitou em Harã. E dali, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta terra em que habitais agora (Canaã).
Precisamos observar que a narrativa do capítulo 11 não está em ordem
cronológica com o capítulo 12, pois, preocupa-se em apresentar as genealogias e não o momento exato da chamada. Assim, devemos compreender, através da mensagem de Estevão (At.7), que a chamada de Abraão ocorre ainda em Ur dos caldeus e que, ele deveria ir só, não poderia levar sua parentela. Desta forma, o Senhor, pacientemente, começa a quebrar os laços de carne, começando com Terá, pai de Abraão, que morre em Harã, antes que ele partisse em definitivo para Canaã. Abraão e, apenas Abraão, foi escolhido para ser causa da bênção para todas as famílias da terra. Assim, ele ainda precisaria compreender que, separar-se do seu sobrinho Ló, também era uma exigência divina, ainda que os olhos humanos não pudessem entender este princípio da operação de Deus.
Embora chamado para Canaã, Abraão demora-se em Harã, até que os laços da natureza fossem quebrados pela morte. As influências da natureza são sempre hostis à plena realização e poder prático da “chamada de Deus”. Somente a morte quebra esses laços que nos prendem à natureza e ao mundo. É preciso que compreendamos a verdade de que morremos em Cristo (Gl.6: 14), estamos crucificados para o mundo; A cruz de Cristo é para nós o que o Mar Vermelho foi para Israel, a saber, aquilo que nos separa, para sempre, da terra, da morte e do julgamento.
Gostaria de apontar aqui alguns aspectos da Cruz de Cristo como base de nossa adoração e de nossa paz com Deus.
A mesma Cruz que me liga com Deus separou-me do mundo. Um homem morto, acabou, evidentemente, para o mundo; e tendo ressuscitado com Cristo, está ligado com Deus no poder de uma nova vida, uma nova natureza. Estando assim
inseparavelmente unido com Cristo, ele participa da Sua aceitação com Deus, e na Sua rejeição pelo mundo. A primeira faz dele um adorador e cidadão do céu; a segunda torna-o uma testemunha e um estrangeiro na terra.
Não sabemos quanto tempo Abraão se demorou em Harã, até que livre do obstáculo da natureza ele pudesse obedecer plenamente à ordenação de Deus para ir a Canaã. Vemos que Deus, pacientemente e graciosamente, esperou por Seu servo. Contudo não houve adaptação ou mudanças no mandato do Senhor, nem houveram novas revelações à Abraão durante o tempo de sua permanência em Harã. É bom notarmos esse fato, que devemos agir segundo a luz comunicada, somente então, Deus nos dará mais Luz. Àquele que tem se dará
(Mt.13: 12). Há, quão grande a nossa dificuldade e reluntância em quebrar todos os laços para, então, vivermos uma cega e plena obediência a Deus; não conseguimos perceber que existe verdadeira benção para alma em cada ato de obediência, pois a obediência é fruto da fé.
Gen.12: 4a6 - Deus não nos obriga a obedecê-lo, porém nos cativa, diante dos nossos olhos coloca figuras de esperança e expectativa. Foi assim no caso de Abraão, o “Deus da glória” lhe apareceu. Com o fim de por diante de sua visão um objeto atraente: “uma terra que eu te mostrarei”. A terra de Deus era, no parecer da nova natureza – o juízo da fé – muito melhor que Ur ou Harã; embora ele nunca a tivesse visto, a fé julgava valer a pena possuí-la. Ela não era apenas digna de ser possuída, mas também que valia a pena deixar todas as coisas presentes por ela. Por isso lemos: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia” (Hb.11: 8). Abraão jamais vira a terra, porém andava “por fé e não por vista” (IICor.5: 7), e a fé
descansa em um terreno muito mais sólido do que a evidencia dos nossos
sentidos, isto é, a Palavra de Deus.
É preciso ver uma aplicação prática deste andar pela fé que esta aliançada à nova natureza adquirida em Deus pela Cruz de Cristo. Todos podem aceitar o ensino de que devemos renunciar o mundo para ganharmos o céu, mas como pode a natureza decaída renunciar àquilo a que está aliançada? O homem natural não vê encantos no céu e nem mesmo deseja morar nele, ainda que, por medo, até possa desejar escapar do inferno e seus tormentos, mas temos que entender que o desejo de escapar do inferno, e o desejo de se chagar ao céu, partem de duas origens diferentes. O primeiro pode existir na velha natureza, mas o segundo, somente na Nova.
Quao diferente é o evangelho de um sistema legalista onde se procura servir a Deus com a própria força humana, pois o evangelho da Glória de Deus (ITim.1: 11) nos revela o Próprio Deus vindo ao mundo, tirando o pecado pelo sacrifício da Cruz e, não somente isto, mas também concedendo uma nova vida, uma nova natureza ao pecador que antes jazia morto em seus delitos e pecados (Ef.2: 1). Seria impossível educar e dominar, por meio de dogmas de uma religião sistemática, uma natureza irremediavelmente corrompida, de maneira a que eu possa desse modo renunciar o mundo que amo, e alcançar um céu que detesto, Deus, em graça infinita, e com base no sacrifício de Cristo, concede-me uma natureza que pode gozar o céu, e o céu para essa natureza gozar é Ele Próprio, a fonte infalível de toda a alegria do céu.
Gen.12: 6a8 – “E passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de Moré; e estavam então os cananeus na terra”. Certamente, a presença dos cananeus na terra de Deus seria uma grande prova para Abrão. Seria uma exigência de Deus para sua fé. “E apareceu o Senhor a Abrão, e disse: À tua semente darei esta terra”. Vemos a ligação entre os dois relatos, os cananeus estavam na terra, mas para que os olhos de Abrão não se fixassem neles, o Senhor aparece a Abrão e reafirma a promessa. Os cananeus na terra são a expressão do poder de satanás. Mas não temos que estar ocupados e preocupados com o poder de satanás, temos que estar
focados em nossa herança e no poder de Nosso General, Jesus Cristo. “E moveu-se dali para a montanha do lado oriental de Betel, e armou a sua tenda... e edificou ali um altar ao SENHOR, e invocou o nome do SENHOR”. É maravilhoso percebermos que o altar e a tenda nos dão os dois grandes traços do caráter de Abrão: Adorador de Deus e estrangeiro na terra. Nada tendo no mundo, temos, todavia, tudo em Deus.
É preciso observar que se os céus nunca tivessem nuvens, e o oceano nunca se agitasse, o crente não conheceria tão bem o Deus com quem temos que tratar. Quando toas as coisas correm agradavelmente, os nossos bens e negócios em plena segurança, somos propensos a confundir a paz que repousa sobre tais circunstâncias com aquela paz que emana do conhecimento da presença de Cristo. O Senhor conhece isto, portanto vem, de um ou de outro modo, e sacode o apoio; isto é, se estivemos descansando nas circunstâncias, ao invés de esperarmos n’Ele. Somos, propensos a pensar que uma carreira de retidão pode ser medida pela ausência de provações e lutas, quando, na verdade, a carreira de obediência é sempre muito difícil para a carne e o sangue. Abrão não encontrou somente os cananeus, mas também “havia fome na terra”.
Gen.12: 9a12 - Abrão estava no lugar onde Deus o havia posto; e, evidentemente, não recebeu instrução para deixá-lo.
A fome estava ali; e, além disso, o Egito ficava perto,oferecendo alívio da
pressão; ainda assim o dever do servo de Deus era claro. É melhor morrer-se de fome em Canaã, se assim tiver de ser, do que viver na luxúria do Egito. É melhor sofrer no caminho de Deus do que estar à vontade no de satanás. É melhor ser pobre com Cristo do que rico sem Ele. No Egito Abrão obteve ovelhas, vacas, jumentos, servos, servas, jumentas e camelos (Gn.12: 16), para muitos, prova real de que ele havia tomado a decisão correta. Mas, Óh!! Ele nao tinha altar – não Havia comunhão com Deus. O Egito não era lugar da presença de Deus. Abrão perdeu muito mais do que ganhou indo para lá. Quantos, para evitar a provação e o exercício espiritual ligado com o caminho de Deus, se têm desviado para as correntes do presente século mau. Pode muito bem ser que tenham conseguido, como na frase popular, “feito dinheiro”, aumentados os bens, conseguido os favores do mundo e que sejam “muito estimados” pelos seus faraós, alcançado um nome e uma boa posição entres os homens. Será que estas coisas podem ser comparadas com a intima comunhão com Deus? E podemos trocar uma pela outra?
Muitos têm trocado o Senhor por um pouco de bem estar, alguma influência e
dinheiro neste mundo.
Gen.12: 13a20 – “Ora, bem sei que és mulher formosa à vista; E será que, quando os egípcios te virem, dirão: Esta é sua mulher. E matar-me-ão a mim, e a ti te guardarão em vida. Dize, peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma por amor de ti. e foi a mulher tomada para a casa de Faraó....
E fez bem a Abrão por amor dela; e ele teve ovelhas, vacas, jumentos, servos e servas, jumentas e camelos”. Aqui vemos o pai da fé, o nosso
herói Abrão, usando de uma triste artimanha, ele já tinha cometido o pecado de descer ao Egito, agora, deliberadamente, se utiliza da beleza de sua esposa para obter os favores financeiros de Faraó, correndo até mesmo o risco de expor sua esposa à vergonha do adultério. Devemos entender que os caminhos do Egito sempre partem em na mais íngrime descida rumo ao precipício e, se não fosse a intervenção divina, o pior teria acontecido a Sarai. Porém o Senhor a protegeu – “feriu, porém, o SENHOR a Faraó e a sua casa, com grandes pragas, por causa de Sarai, mulher de Abrão”.
A Bíblia deixa claro que Abrão era um pecador dependente da Graça de Deus, como qualquer um de nós e que, assim como ele, todos, quando tentados a seguir o curso deste mundo, devemos lembrar d’Aquele “que se deu a Si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus, nosso Pai” (Gl.1: 4). Que Deus nos guarde em Sua mão e à sombra de Suas Asas, até vermos Jesus como Ele é, e sermos semelhantes a Ele, andarmos e estarmos com Ele para sempre.

Gênesis 11

Gênesis 11: Estecapítulo é de especial interesse para a mente espiritual, pois registra dois fatos profundamente opostos e importantes para nossa compreensão de todo ensino Bíblico, a saber: A edificação de Babel e a chamada de Abraão, ou, por outras palavras, o esforço do homem para suprir as suas necessidades, e a provisão de Deus dada a conhecer à fé – a diligência do homem para se estabelecer na terra, e Deus chamando um homem para sair dela, para ter a sua porção e o seu lar no céu.
Gen.11: 1a4 – “E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala. E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali...E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra”. O coração humano procura sempre um nome, uma parte, e um centro na terra. Tem pouquíssima ou nenhuma preocupação quanto ao céu, ao Deus do céu e a glória de Seu Reino. O
homem mostra claramente que não desejava um lugar para a habitação de Deus, mas apenas para o seu próprio nome e glória pessoal. Após o pecado o homem
tornou-se rasteiro, apegado à terra, orgulhoso e mantendo uma consistência melancólica em todos os seus propósitos: Procura por sempre Deus a parte e exaltar a si mesmo.
Na história do homem sempre poderemos ver uma tendência para a associação e confederação, da mesma forma que vemos na Babilônia esta manifestação do gênio e da energia do homem em construir um império sem Deus. Os homens tendem a associar-se, seja na filantropia, na política e mesmo na religião, para sentirem-se fortes e poderosos; se olharmos a nossa volta, veremos um mundo cheio de associações, a maioria delas organizadas com o fim de promover os interesses humanos e exaltar o nome do homem. O cristão deve apenas conhecer uma associação, e esta é a Igreja do Deus vivo, unida pelo Espírito Santo, que veio do céu como testemunha da glorificação de Cristo, para batizar os crentes num corpo, e constituí-los em lugar de habitação de Deus. Babilônia é o oposto disso e torna-se, por fim, “morada de demônios”(Apoc.18: 2).
Gn.11: 5a9- “E o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. Assim o SENHOR os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade”. Aqui vemos o primeiro intento dos homens em fazer uma confederação, uma união em torno de seus próprios nomes. O Senhor desfaz por completo esse intento enviando a confusão das línguas, pois o alvo
da união possuía um foco absolutamente errado e humanista. Quando lemos o
segundo capítulo de Atos, vemos a repetição do fenômeno das línguas fazendo um trabalho completamente oposto, unindo ao invés de espalhar. O Espírito Santo habilitou os mensageiros da graça a darem a sua mensagem na própria língua em que cada ouvinte havia nascido (Atos2: 8). Deus desejou alcançar o coração do homem com a doce história da Graça! A Lei dada do monte em fogo não foi assim promulgada (Heb.12: 18a21). Quando Deus dizia o que o homem deveria ser, falou só numa língua e deu a lei mosaica; Mas quando disse o que Ele Próprio Era, em sua Graça Majestosa, falou em muitas línguas. A graça passou sobre a barreira que a vaidade e loucura do homem tinham dado causa a que fosse erguida, a fim de que cada homem pudesse ouvir e compreender as boas novas da salvação (em seu próprio idioma
natal). E com que objetivo? A fim de associar o homem sob o terreno de Deus, em volta do centro de Deus e segundo os princípios de Deus. Era para lhes dar, na realidade, uma língua, um centro, um objetivo, uma esperança, uma vida. Era para os ajuntar de tal maneira que nunca mais fossem espalhados ou confundidos; para lhes dar um NOME e um LUGAR que deveriam perdurar para sempre; para lhes edificar uma torre cujo topo não só chegaria ao céu, mas cujos fundamentos inabaláveis, lançados pela mão onipotente do próprio Deus, estariam no céu. Era para os ajuntar em volta da pessoa gloriosa de um Cristo ressuscitado e exaltado, e uni-los a todos num grande desígnio de louvor e adoração. Em Apoc.7: 9 vemos a consumação deste plano maravilhoso de Deus em que pessoas de todas as tribos línguas e nações estarão congregados para adorar O Cordeiro de Deus.
Assim, claramente, podemos distinguir as línguas da confusão e divisão em Babel e as Línguas de união e de clara mensagem em Pentecoste. Esta é conduzida pela energia do Espírito Santo, aquela pela energia profana do homem pecador querendo ser grande. Uma tem como seu objetivo a exaltação de Cristo, a outra tem como seu alvo a exaltação do homem. E nisto o apóstolo Paulo declara: “O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo...” (ICor.14: 4) Que triste derrota para a Igreja quando seus membros estão interessados em “edificar para si mesmos”, construir nomes para si mesmos, em detrimento do crescimento e edificação da Igreja que exalta Cristo. O Apóstolo continua dizendo: “....mas o que profetiza (ensina a Palavra de Deus) edifica a Igreja”. Vemos, claramente que, no texto de ICor.14 ocorre uma tentativa de se recriar as línguas da confusão e divisão, mas o Apóstolo exorta: “Dou graças a Deus porque falo mais línguas do que todos vós (hebraico, aramaico, grego, latim, árabe). Todavia, eu antes quero falar na Igreja cinco palavras na minha própria inteligência (palavras
claras e bem compreendidas), para que possa também instruir (ensinar) os
outros, do que dez mil palavras (que nem eu entendo) em língua desconhecida”
(ICor.14: 18e19). Fica claro que, seria uma grande demonstração de grandeza
pessoal, o falar em muitas línguas desconhecidas por aquele povo, de tal forma que as pessoas nada entenderiam porém, poderiam aplaudir a eloqüência do locutor cheio de dons; mas Paulo esclarece que ele não desejava esse tipo de Glória e edificação pessoal, pois ele se preocupava com o ensino da Igreja, com a mensagem clara e bem explicada da Palavra de Deus. Ele complementa: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento (estudem a Bíblia), mas sede meninos na malícia (nesse desejo de glória pessoal), e adultos no entendimento. Está escrito na Lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo (línguas humanas, obviamente, porém, de outras nações, não judeus); ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis (crentes gentios), mas para os infiéis (judeus que rejeitaram o messias); e a profecia (ensino claro da Palavra) não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis (Igreja).
Precisamos entender que algumas pessoas se levantaram na Igreja de Corinto buscando uma glória e edificação pessoal, por isso, houve a necessidade da intervenção do Apóstolo Paulo, deixando claro que todos poderiam falar em outras línguas e manifestar esse dom maravilhoso da Igreja, que deve unir todas as tribos, línguas e nações em torno da Pessoa do Senhor Jesus Cristo. Assim, ele declara: “Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar” (ICor.14: 9). No pentecoste, o grande sinal das línguas foi dado aos judeus incrédulos afim de que soubessem que a profecia de Isaias28: 11e12 estava se cumprindo, revelando que a Graça de Deus já não estaria restrita a língua hebraica. Após este sinal maravilhoso, a Igreja continuou crescendo e crescendo; nos dias de hoje, atingindo, cada vez mais, muitas línguas e povos distantes. O maravilhoso dom de línguas continua fazendo com que cada um entenda a Palavra de Deus em sua própria língua materna, traduzindo a Bíblia e pregando o evangelho nos idiomas de cada nação. Esta é a obra maravilhosa do Pentecoste, línguas de união, línguas que trazem as boas novas a todos os povos, de todos os países e raças; nisto consiste a enorme diferença entre Babel e Pentecoste. Ficando assim muito claro que, as línguas que dividem e confundem possuem sua origem em Babel, as línguas que ensinam a Palavra de Deus com clareza e que unem os povos em torno de Cristo e solidifica a Igreja, nasceram em Pentecoste. Que jamais venhamos a esquecer essa diferença e nem confundir suas funções.
Gn.11: 11a32 – Nesta passagem, gostaria de apresentar uma curiosidade interessante acerca da genealogia de Sem. Em Gn.6: 3, O Senhor havia determinado encurtar a vida do homem para 120 anos e podemos perceber claramente aqui, a forma como o Senhor faz cumprir esta sentença na vida dos patriarcas encurtando seus anos, um pouco a cada geração. Vejamos: E viveu Sem, depois que gerou a Arfaxade, quinhentos anos. E viveu Arfaxade depois que gerou a Selá, quatrocentos e três anos. E viveu Pelegue, depois que gerou a Reú, duzentos e nove anos. E viveu Reú, depois que gerou a Serugue, duzentos e sete anos. E viveu Serugue, depois que gerou a Naor, duzentos anos. E viveu Naor, depois que gerou a Terá, cento e dezenove
anos. Vemos que Terá, pai de Abraão morre com119 anos, provavelmente em boa
velhice. Ainda que alguns personagens, como o próprio Abraão, tenham passado
dos 120 anos, é fácil observar que as idades foram encurtadas e que os 120 anos se tornaram um limite bem definido para os seres humanos, provando, mais uma vez, a coerência absoluta da Palavra de Deus.

Gênesis capítulo 10.

Gn.10: 1a5
– “Por estes foram repartidas as ilhas dos gentios nas suas terras, cada
qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações”.
Devemos explicar que este relato não está em ordem cronológica, de tal forma
que da forma que, as genealogias vão sendo apresentadas antes do relato da
torre de Babel, quando surgiram todas as línguas divididas. Estas genealogias, iniciando por Noé, prosseguem em seus descendentes até um período bem posterior a Babel, por isso, os filhos de Javã, tataraneto de Noé, vivem em um mundo onde as línguas já haviam sido divididas.
Gn.10: 6a10 – “E o princípio do seu reino foi Babel...” Gostaria de chamar a atenção para este descendente de Cão, o filho amaldiçoado de Noé, este ilustre representante da semente da serpente. Ele faz de Babel o início de seu reino. Torna-se um poderoso caçador diante dos olhos do Senhor e, certamente, diante dos homens. Vemos que o Senhor não freia seus intentos, antes permite que este homem poderoso de vazão aos seus sonhos de poder e grandeza.
Gn.10: 11a20 – “Estes são os filhos de Cão segundo as suas famílias, segundo as suas terras, em suas nações”. Quero aqui demonstrar, a
descendência originada deste filho de Noé. É interessante notar que no
versículo 14 encontramos os filisteus e no versículo 15, temos Canãa, que foi pai dos sidônios, dos heteus, dos jebuseus, dos amorreus, girgaseus, heveus, arqueu, sineu, arvadeu..... todos os mais terríveis inimigos do povo de Deus surgiram desta genealogia, cumprindo, cabalmente a profecia de Noé sobre a descendência de Cão.
Gn.10: 31 - “Estes são os filhos de Sem segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, nas suas terras, segundo as suas nações”. É importante notar que os filhos de Sem passaram, em determinado instante, a falar línguas diferentes, ainda que fossem irmãos, fato que torna notório o
evento de Babel, dividindo a língua de pessoas mesmo que elas fossem irmãs.
Assim, é possível que nem os próprios familiares se entendessem após este
evento trazido pelo Senhor.
Agora refletiremos um pouco acerca de Ninrode e sua Babel. O Homem que “começou a ser poderoso sobre a terra” (Gn.10: 8). Ele edificou a a torre que, em tempos futuros daria origem a maior inimiga do povo
de Deus, a Grande Babilônia que, no antigo testamento, aparece como uma cidade que persegue, aprisiona e mata os povo Santo, mas que, no Novo Testamento, aparece como um sistema religioso que corrompe e engana o povo de Deus (Apoc.17: 5e6). Entendemos, desta forma, que a mente por trás da grande Babilônia é sempre a mesma, aparece em toda a Bíblia, está ligada a semente maldita, persegue o povo de Deus e tem sua inspiração na frase cunhada pela serpente e que seduziu o coração da primeira mulher: “Sereis como Deus” (Gn.3:5).
Mal Israel havia iniciado as guerras de conquista de Canãa e uma capa
babilônica lançou vergonha e derrota ao seu exército (Josué7: 21). Desejo apenas frisar que sempre que Deus tem um testemunho corporativo sobre a terra, satanás tem uma Babilônia pronta para manchar e corromper esse testemunho.
Quando Deus liga Seu nome a uma cidade sobre a terra (Jerusalém), então, babilônia toma a forma de uma cidade. Quando Deus liga seu nome com a Igreja, então Babilônia toma a forma de um sistema religioso corrompido, chamado no Apocalípse de “a grande prostituta”, “a mãe das abominações”, etc. É sempre o instrumento talhado pelas mãos de satanás para impedir a operação divina, seja com o Israel do Antigo Testamento ou a Igreja do Novo.
Através de todo velho testamento, Israel e Babilônia soa vistos em franca oposição: Quando Israel se encontra poderoso, Babilônia aparece em decadência e vice-versa. Deste modo, quando Israel falhou inteiramente como testemunho do Senhor, “o rei de Babilônia lhe quebrou os ossos” (Jr.50: 17). Os vasos da casa de Deus, que deveriam permanecer na cidade de Jerusalém, foram, levados para a cidade de Babilônia. No entanto, Isaías, na
sua profecia sublime, conduz-nos ao oposto de tudo isso: Mostra-nos em magnificentes tons, um quadro em que a estrela de Israel se vê em ascendência, e Babilônia em decadência: “E acontecerá que, no dia em que o Senhor vier a dar-te descanso do seu trabalho, e de tremor, e da dura servidão com que te fizeram servir, então proferirás este dito contra o rei da Babilônia e dirás: Como cessou o opressor!
A cidade dourada acabou!... Desde que tu caíste, ninguém sobe contra nós para nos cortar” (Is.14: 3a8).
No novo testamento a Babilônia se opõe à esposa do Cordeiro e é, por fim , lançada como uma grande mó ao mar (Apoc.18: 21).
“Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra... Este foi poderoso caçador diante da face do Senhor...O princípio do seu reino foi Babel.....” (Gn.10: 8a10). Quero lembrar que Babel deu origem a Babilônia e que, tal qual o caráter de seu fundador, Ninrode, assim é também o reino por ele fundado: “Caçador diante do Senhor e poderoso sobre a TERRA”. Sempre apresentada como uma influencia poderosa na terra, agindo em antagonismo positivo contra tudo que tem sua origem no céu. Somente após sua queda é que se houve um grito no céu: “Aleluia! Pois já o Senhor, Deus todo-poderoso reina” (Apoc.19: 6). Então toda a caçada poderosa de Babilônia terá acabado para sempre, quer seja a sua caça às feras, para as dominar; ou a sua caça às almas, para as destruir.

Assunto: Gênesis 7 - A semente Santa

. Complemento capítulo 7

Desejo aqui abrir uma sessão parentética em nosso estudo de Gênesis,para que possamos refletir acerca da forma como o Senhor vê e classifica todos
os seres humanos em apenas duas categorias de pessoas. Os justos e os injustos.
Gn.18: 25- Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Näo faria justiça o Juiz de toda a terra?
Gn.1: 5e6- Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá.
Gn.37: 12- O ímpio maquina contra o justo, e contra ele range os dentes.
Gl.3: 24- De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a
Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.
Precisamos observar alguns detalhes aqui, vemos claramente as duas categorias de pessoas, aqueles que são ímpios e aqueles que são justos, ou melhor, justificados pela fé em Cristo Jesus. Entendemos, claramente, que o mundo comporta apenas essas duas classes de pessoas ou sementes. E que cada um de nós deverá pertencer a uma delas. Podemos nos alegrar em saber que, em
Cristo Jesus nosso Senhor, “também nós, que noutro tempo éramos insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros” (Tt.3: 3), agora podemos ser justificados, declarados justos e aceitos na família de Deus. Podemos deixar o caminho e a semente da impiedade.
Vamos observar como surgiram essas duas sementes sobre a terra. Quanto à semente justa, sabemos que foi criada por Deus a sua imagem e semelhança (Gn.1: 26). Já a semente da impiedade, foi introduzida na criação pela serpente, como vemos no relato Bíblico: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn.3: 15). Este texto é também chamado de proto-evangelho, porque neles vemos a promessa da semente santa que viria da mulher, o Senhor Jesus.
A serpente será ferida na cabeça, ou seja, será morta e destruída pela semente da mulher, também podemos compreender que haverá uma perpétua inimizade entre ambas as sementes e que a semente da serpente terá poder para ferir o calcanhar da Semente Santa.
Isto é algo de muita importância para compreendermos a caminhada Cristã neste mundo e as aflições e perseguições sofridas por aqueles que são parte da semente santa. Esta foi uma determinação e uma profecia do Pai, não pode ser mudada!
Adão, compreendendo a profecia pode abençoar sua esposa chamando-lhe Eva; ”Porquanto era mãe de todos os viventes”(Gn.3: 20). Ela havia comido da árvore do bem e do mal e em seu ventre seriam gerados os representantes destas duas sementes. Quando teve seu primeiro filho, Caim, Eva louvou a Deus e disse: “Alcancei do Senhor um homem” (Gn.4: 1).
No capítulo 4 de Gênesis, nos dois primeiros filhos de Eva, houveram as manifestações das duas sementes, uma em Caim e outra em Abel (Gn.4: 4e5). A narrativa de Gênesis 4 termina com a árvore genealógica de Caim, seus feitos e aquilo que ele gerou.
Uma maldade crescente que termina no assassino Lameque, uma homem que se
considerava mais corajoso e mais capaz que os outros e, tamanho era seu orgulho e presunção que foi capaz de matar outro homem por ter pisado em seu pé. Um assassinato de causa banal, por puro e simples orgulho e vaidade. Assim vemos que a semente de Caim caminha para uma maldade cada vez maior.
E quanto a semente santa? Teria ela morrido com Abel? Vemos no capítulo 5, que Adão gerou outro filho conforme a sua imagem e semelhança. Vemos, então, que a semente Santa tem seu retorno em Sete, do qual nascem filhos e filhas e no auge dessa geração santa, surge Enoque (Gn.5: 24), o qual Deus o tomou para si. Um símbolo da Igreja Santa que será arrebatada pelo Senhor antes do juízo que virá sobre o mundo.
Nesta mesma genealogia de Sete, também encontramos o Justo Noé (Gn.5: 32). Que foi aquele que condenou o mundo por sua arca de justiça (Hb.11: 7). Quando chegamos ao capítulo 6 de Gênesis, temos então uma surpresa terrível. Algo que parecia inimaginável acontece, a semente santa se mistura com a da serpente, nascem então os valentões e os homens de FAMA. Homens que buscavam e alcançavam a fama e o destaque (Gn.6: 4).
Podemos perceber que o Senhor abomina essa mistura, ela não é admitida em qualquer esfera. O Senhor anuncia então a destruição de “toda a carne”
(Gn.6: 13). Vemos algo terrível no dilúvio,”e expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado e de feras, e de todo o réptil que se arrasta sobre a terra, e todo o homem” (Gn.7: 21).
Somos inclinados a pensar então, que a semente da serpente havia desaparecido com todos os descentes de Caim, pois após o dilúvio somente os filhos de Noé, descendente de Sete, permaneceram vivos. Porém, quando chegamos ao capítulo 9 de Gênesis, vemos ressurgir a semente da maldição, a semente da serpente: “E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos” (Gn.9: 25).
É fundamental que observemos que Noé amaldiçoa Canaã trazendo de volta a semente do mal e logo depois diz que ele seria servo de Jafé e habitaria nas tendas de Sem; isto é algo de muito importante, porque deste ponto em diante, haveria uma grande proximidade entre as duas sementes, elas já não estariam separadas territorialmente, elas habitariam na mesma tenda, dando uma clara amostragem daquilo que veríamos nas tendas da Igreja onde o joio e o trigo habitam juntos, em grande proximidade, mas possuem naturezas completamente diferentes: “Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro” (Mt.13: 30).
Neste tempo, não podemos fazer separações físicas entre os descentes do Filho do Homem e os descendentes da serpente, ambas as sementes estão na Igreja, sabemos que os descendentes da boa semente, são cidadãos celestiais e seu gestos e atos dizem isso claramente. Quanto aos descendentes de Caim, vemos que são filhos do mundo, seus desejos e anseios dizem, claramente, que são filhos deste mundo e armam aqui as suas tendas, cavam profundas covas para seus tesouros na terra que por Deus foi amaldiçoada. “Hoje tomo por testemunhas contra vós o céu e a terra, que certamente logo perecereis da terra, a qual passais o Jordão para a possuir; não prolongareis os vossos dias nela, antes sereis de todo destruídos”
(Dt.4: 26). Assim, entendemos que todo aquele que pertence a semente Santa, não terá seus afetos voltados para este mundo, mas caminhará reto e destemido para sua habitação celestial!

Gênesis capítulo 7

Gn7: 1a5 - Depois disse o SENHOR a Noé:
Entra tu e toda a tua casa na arca, porque tenho visto que és justo diante de mim nesta geração. De todos os animais limpos tomarás para ti sete e sete, o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho e sua fêmea. Também das aves dos céus sete e sete, macho e fêmea, para conservar em vida sua espécie sobre a face de toda a terra. Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda a substância que fiz. E fez Noé conforme a tudo o que o SENHOR lhe ordenara.
Noé sentiu alguma ansiedade quanto as ondas do julgamento divino? Nenhuma absolutamente. Flutuou em paz sobre as águas em que “toda a carne” foi julgada. Fio posto em lugar fora do alcance do julgamento. Podia ter dito na linguagem de Romanos 8: 31- “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Ele foi convidado por Deus a entrar na arca: “Entra tu e toda a tua casa na arca”. E depois de ter Noé tomado seu lugar na arca, lemos: “e o Senhor a fechou por fora”.
Aqui estava a segurança perfeita para todos os que estavam dentro da arca. O Senhor guardava a porta e ninguém podia entrar na arca e nem sair dela sem Sua permissão. Só havia uma porta e uma janela na arca. A porta o Senhor fechara, mas a janela, que ficava em cima (Gn.6: 16), deixara destrancada para que Noé pudesse abrir quando desejasse olhar para cima, para o céu de onde veio tão grande julgamento sobre a “toda a carne” e também, tão grande salvação sobre sua família. Eles não tinham como olhar para baixo, para as águas e a destruição e morte que elas haviam causado, pois a salvação de Deus, a “madeira de Gofer”, estava entre eles e condenação.
Nada pode ilustrar melhor a segurança de um crente em Cristo do que estas palavras, “e o Senhor o fechou por fora”. Quem poderia abrir o que Deus fecha? A família de Noé estava completamente segura. Da mesma forma, quem pode tomar as chaves das mãos de Cristo! Quando Dele se diz: Apoc-3:7- “E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre”. Ele tem em suas mãos “as chaves da morte e do inferno” (Apoc.1: 8). Ninguém pode entrar ou sair dos portais da sepultura sem contar com Ele. Ele tem “todo o poder no céu e na terra” (Mt.28: 18). N’Ele o crente está perfeitamente seguro.
Pensemos um pouco, agora, acerca daqueles que ficaram do lado de fora da arca. A mesma mão que havia fechado Noé na arca, tinha-os deixado fora, e era tão impossível aos que estavam fora entrarem ela, como para os que estavam dentro, sair. Aqueles estavam irremediavelmente perdidos, estes estavam eficientemente salvos. A longanimidade de Deus e o testemunho do Seu servo tinham sido desprezados. As coisas temporais tinham absorvido toda suas vontades e desejos. “Comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca e veio o dilúvio e consumiu a todos” (Lc.17: 27). Todas essas coisas não são más em si mesmas, são boas e podem ser feitas e praticadas no temor de Deus por meio da fé. Como diz o Espírito Santo: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (ICor.10: 31). Mas
eles não agiam assim, haviam deixado Deus de fora de seus planos, pensavam,
falavam e atuavam por si mesmos, “......toda a imaginação dos pensamentos de
seu coração era só má continuamente”; Fizeram a sua própria vontade e
esqueceram Deus.
Algo que precisamos atentar acerca da mensagem do dilúvio em nossos dias, é aquilo sobre o que nos adverte o Senhor Jesus: “E como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt.24: 37). Temos visto muitos discursos, até mesmo dentro das Igrejas, que falam de um mundo melhor, um mundo que pode melhorar a cada dia, cheio de justiça retidão e que talvez a Igreja possa se ocupar de uma cadeira nesta construção. Mas o que nos diz o Senhor Jesus? Ele nos diz: “Assim como nos dias de Noé....”. Em que condições achava-se o mundo nos dias de Noé? A justiça dominava? A Verdade de Deus reinava sobre os homens? A Sagrada Escritura responde: “A terra......encheu-se de violência; Toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra; a terra ......estava corrompida diante da face de Deus”. Pois bem, “assim será também nos dias do Filho do Homem”.
Assim, basta ter um coração obediente à Palavra de Deus para não se render a
opiniões humanas preconcebidas e entender como deverá ser e, já tem sido, o
estado do mundo nos dias do retorno de nosso Senhor para arrebatar a Igreja e dar início ao dilúvio da grande tribulação. Serão dias terríveis de grande
dificuldade para a Igreja. Muitas acusações e, muita luta, para se manter a
santidade e as convicções doutrinárias, pois a Igreja terá que caminhar em
franca oposição ao mundanismo e materialismo, sempre crescente, em um mundo
cada vez mais corrompido.
Sem dúvida, assim como nos dias de Noé, o homem mostra bastante esforço e energia em tornar o mundo um lugar agradável, porém isso era uma coisa muito diferente torná-lo um lugar conveniente para Deus. O homem está ocupado em remover as pedras do caminho da vida humana, e torná-lo o mais liso possível; mas isso, nem de longe é “endireitar no ermo vereda a nosso Deus” (Is.40: 3). Nem tão pouco é aplainar o que é áspero para que toda a carne veja a salvação do Senhor. A civilização prevalece; porém civilização não é justiça. A varredura e o embelezamento continuam; mas não é com o fim de preparar casa para Cristo, mas sim para o anti-cristo. A sabedoria do
homem é empregada com o fim de cobrir, com as dobras da sua própria roupagem os defeitos e manchas da humanidade; contudo, embora cobertas, não são tiradas!
Encontram-se tapadas, e em breve aparecerão com deformidade mais repugnante do que nunca.
O Senhor decretou: “O fim de toda a carne é vindo perante a minha face”(Gn6: 13). Esta sentença foi (no dilúvio) e ainda será executada, ela é irrevogável, ela se cumprirá quer seja por aqueles que são “crucificados com Cristo” (Rom6: 4a6), ou por aqueles que rejeitam ao Senhor e serão consumidos no juízo (Apoc.19: 15e21). Embora a voz dos escarnecedores possa ainda dizer, “onde está a promessa da Sua vinda?
Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o
princípio da criação” (IIPe.3: 4), mas o momento em que receberão resposta se aproxima rapidamente, pois “...o Dia do Senhor virá como ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão” (IIPe.3: 4a10). Pela fé compreendemos que, antes que o mal atinja seu ponto culminante pelas mãos do anti-cristo e, antes da destruição e juízo completo do Senhor sobre toda carne e impiedade, o remanescente fiel irá encontrar seu “Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (ITs.4: 17). A Igreja de Deus não espera a ocasião do mundo arder em brasas, mas o aparecimento as “resplandecente estrela da manhã” (Ap.22: 16).
IICor.6: 2- (Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação); agora é o tempo da graça, da perfeita salvação. Precisamos apontar aos perdidos a arca de escape do juízo vindouro pois “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputado os seus pecados” (IICor.5: 19). Agora Deus perdoa o pecado por meio da Cruz, mas então puni-lo-á, no inferno, e isso para sempre. Agora é o tempo aceitável para salvação.
IIPed.3: 15- E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada. IIPed.3: 9-O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.
Por tudo isso, compreendemos que vivemos um momento de grande seriedade – Pura graça proclamada – pura ira pendente! Esta é a responsabilidade solene de cada crente, por cuidar que não caia e por anunciar o evangelho a todos aqueles que ainda desconhecem o perigo que ronda os que se perdem.

Gênesis capítulo 16.

Gn.16: 1e2
– “Ora Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos, e ele tinha uma serva
egípcia, cujo nome era Agar. E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem
impedido de dar à luz; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos dela.
E ouviu Abrão a voz de Sarai”. Podemos ver aqui, a impaciência de Sara,
mostrando um coração que prefere tudo e qualquer coisa a ter que esperar com
paciência e resignação pela promessa do Senhor. Em Hebreus 6: 12, temos a
seguinte exortação: “......Para que vos não façais negligentes, mas sejais
imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas”. Vivemos em mundo de imediatismo e grande pressa, sempre que alguém tem de esperar por alguma promessa de dinheiro ou recompensa, ele logo pensará em receber com juros, se houver atraso; mas na vida de fé, as coisas não funcionam assim, pelo contrário, aquele que possui um espírito subjugado e paciente encontra seu pleno galardão em esperar em Deus o cumprimento de tudo aquilo que Ele
prometeu. O que Ele nos dá é sempre o melhor para nosso crescimento e
amadurecimento espiritual.
O que Sara estava dizendo de forma inconsciente é: “O Senhor faltou-me; vou usar a minha criada egípcia como recurso para cumprir a promessa de Deus”. Tudo serve, menos Deus, para um coração que está debaixo da incredulidade. Quando agimos desta forma, perdemos a condição calma e equilibrada de uma alma que espera em Deus e lançamos mãos do “uso dos meios” para atingir o fim desejado.
Porém, é algo terrível, amargo, afastarmo-nos do lugar de absoluta dependência de Deus.
As conseqüências são desastrosas. Se Sara tivesse dito: “a natureza me faltou,mas Deus é meu recurso”, tudo teria sido muito diferente. Sara não olhava para Deus, olhava para a natureza e para “os meios”, se seu ventre estava amortecido, então buscou o ventre de uma jovem egípcia que possuía os recursos naturais para gerar o descendente de Abraão. Assim, com a ajuda da natureza, da carne e dos “meios” humanos, ela pensava estar prestando grande ajuda ao Deus que prometera o sucessor. Não devemos pensar que aqueles que andam pela fé devem, simplesmente, desprezar os meios da natureza, não, antes, a fé aprecia os instrumentos, não por si mesmos, mas por causa d’Aquele que os usa. A incredulidade vê apenas o instrumento e julga o sucesso de uma causa pela sua aparente eficiência. A fé olha para o Deus que usa os instrumentos não importando sua aparente inutilidade. A falta de fé fez com que Sara olhasse para a juventude da escrava ao invés de esperar em Deus. Olhou para o potencial da carne ao invés de esperar na Graça d’Aquele que fez a promessa.
Considerou que podia ajudar a Deus pelo esforço da carne humana e, por fim,
descobriu, com clareza, que “Deus, não apenas rejeita aqueles que fazem coisas que não O agradam; mas Ele também rejeitará até mesmo aqueles que fazem coisas agradáveis a Ele, porém as fazem de acordo consigo mesmos” (Watchman Nee). Não basta fazer coisas para Deus, nós temos que fazer coisas para Deus, do jeito de Deus, jamais do nosso próprio jeito, esforço ou criatividade. Como bem disse o Senhor a Moisés: “Atenta pois que o faças conforme o seu modelo...”
(Ex.25: 40). Todo homem precisa compreender que não há espaço para criatividade humana e carnal na verdadeira “ceara do Senhor”, pois somente Ele Reina e distribui ordens e funções conforme a Sua Palavra. Precisamos atentar para uma grande verdade: “Existe uma grande diferença entre o emprego que Deus faz dos meios para me servir na obra, e o emprego que eu faço destes mesmo meios para excluir Deus da obra”. É preciso atentar para isso neste tempo de tantos “meios e recursos” para a Igreja do Senhor!
Gn.16: 3e4 – “Assim tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã. E ele possuiu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos”. Ora, era evidente que Agar não era o instrumento eleito de Deus para cumprir a promessa feita à Abraão. Assim, logo se iniciaram as conseqüências da precipitação carnal, Agar passou a desprezar Sara quando viu ter concebido. Assim, Abraão e Sara “multiplicaram a sua dor” após ter lançado mão do recurso de Agar.
Gn.16: 5 - “Então disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti”. Sara ainda não possuía clareza do seu pecado e nem da forma de lidar com suas conseqüências, desta maneira, lança sobre Abraão a culpa de sua proposta. Esta não deve ser a forma que devemos lidar com nossas falhas e pecados. Gn.16: 6 - “E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos.
E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face”. Sara queria se livrar do pecado e de suas conseqüências através da dureza e dos maus tratos, mas isso apenas agravava as coisas. Ela precisava aprender a se humilhar perante a poderosa mão de Deus e esperar pelo tratamento que Ele concede ao pecador penitente. Sara precisava enxergar o seu pecado para então ser tratada por Deus. Gn.18: 15 – “E Sara negou, dizendo: Não me ri; porquanto temeu. E ele disse: Não digas isso, porque te riste”. Aqui, no capítulo 18, vemos Sara ainda aprendendo acerca do assumir, confessar e deixar o pecado; Deus nunca desiste de ensinar e disciplinar Seus filhos amados.
Gn.16: 7a12 – Aqui podemos ver que o Anjo do Senhor encontra-se com Agar e diz a ela para se humilhar perante sua senhora, pois ambas estavam debaixo do tratamento de Deus e não seriam desamparadas pelo Senhor. Agar teria, em seu filho, muitas alegrias e uma numerosa descendência e, também, um símbolo eterno daquilo que a carne realiza quando se propõe a ajudar na Obra de Deus. Assim, para que possamos compreender o aspecto doutrinário deste capítulo, precisamos olhar para a Epístola de Paulo à Igreja da Galácia:
Gl.4: 22a25 – “Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos”. Este texto nos mostra que, aos olhos de Deus, há um claro contraste entre as obras da carne, que geram filhos para a escravidão e a obra feita na Promessa de Deus, que gera filhos para a liberdade. A característica da obra segundo a carne é que ela representa o esforço humano afim de fazer, ou não, a obra de Deus, a obra fica na dependência da capacidade humana; e diz a Palavra: “O homem que fizer estas coisas, por elas viverá” (Gal.3: 12). Mas o concerto de Sara revela Deus como O
Realizador da promessa, inteiramente independente do homem, baseada apenas na Capacidade, Vontade e Bondade de Deus.
Quando Deus faz uma promessa, não é necessário esforço da natureza humana para cumpri-la..., Deus a realizará, independente das circunstancias. Deixar de crer na promessa de Deus, ainda que Ele pareça demorado a realizá-la (afinal, Abraão já estava a 10 anos habitando em Canaã, terra da promessa - Gn.16: 3) é uma terrível prova de incredulidade; “Não fez ali muitos milagres por causa da incredulidade deles” (Mt.13: 58).
Precisamos compreender qual foi o erro ocorrido na Igreja da Galácia. Porque o apóstolo Paula compara a atitude deles com a atitude de Abraão com Agar? A razão é bem simples, eles estavam tentando ACRESCENTAR alguma coisa da natureza humana, algumas coisas das obras da carne àquilo que Cristo já havia realizado por eles na Cruz. Jesus havia sido apresentado perante eles como crucificado (Gl.3: 1).
Isto era uma promessa divina gloriosamente consumada. Cristo crucificado
correspondia perfeitamente tanto às exigências de Deus como às necessidades do homem. Porém os falsos mestres diziam: “....se não vos circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (At.15: 1). Isto, como disse Paulo, era tornar Cristo sem nenhum efeito (Gl.5: 2).
Cristo deve, no entanto, ser o Único Salvador, ou não é Salvador em Absoluto. Logo que alguém diz, “se não fizerdes isto ou aquilo não podeis salvar-vos” subverte e anula o evangelho. Porque no evangelho vejo Deus descendo para salvar completamente o pecador perdido e culpado sem que este tenha qualquer mérito ou capacidade de auto ajudar-se. A salvação é perfeita e completamente consumada na Graça e dependência da Cruz, a carne humana em nada pode contribuir, mas Deus faz a obra completa na Sua promessa e realização. Por isso, se alguém diz que tenho que praticar esta ou aquela obra da Lei para ser salvo, rouba à Cruz toda sua glória. A paz do evangelho não se assenta em parte na obra de Cristo e em parte na obra do homem; Não! Ela descansa inteiramente na Obra de Cristo.
Precisamos compreender que, debaixo da Lei, Deus de fato ficou em silêncio observando o que o homem podia fazer por si mesmo, tentando, pela sua capacidade carnal, cumprir a Lei. Desta forma lemos: “Todos aqueles, pois, que são das obras da Lei, estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei, para fazê-las. E é evidente que pela Lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da Fé” (Gl.3: 10e11). Este texto nos esclarece que para salvar-se o homem deveria cumprir toda a Lei, no entanto, Rom3: 10e20 nos diz que ninguém pode ser justificado pela Lei porque por ela vem o conhecimento do pecado e ninguém consegue cumpri-la na íntegra. Desta forma entendemos que, mesmo no velho testamento, ninguém foi salvo por obras da Lei, mas pela promessa de Deus no Salvador Jesus Cristo. Por isso, lemos em Hb.11: 39e40 – “E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados”. “Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua
fraqueza e inutilidade (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus”.... “Mas este
(Jesus), porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto,
pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles” (Hb.7: 18,19,24,24). Sem as obras da Lei,
porque: “Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado
velho, e se envelhece, perto está de acabar” (Hb.8: 13). “E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna” (Hb.9: 15). Mesmo os Santos do Antigo Testamento foram salvos pelo Sacrifício de Jesus que a todos aperfeiçoou, porque eles aguardavam também, pela fé, a consumação desta promessa de Deus!
Precisamos compreender, qual era então a heresia dos Gálatas que levou Paulo a Dizer: “Cristo de nada vos aproveitará...vós, os que vos justificais pela Lei: Da graça tendes caído” (Gl.5: 2e4). Parece que entre os Gálatas haviam novidades doutrinárias, Paulo diz: “Maravilho-me..., quem vos fascinou?..... Receio de vós...eu queria que fossem cortados aquele que vos andam inquietando” (Gl.1: 6; 3:1; 4:11; 5:12). Parece que havia pessoas, na Igreja da Galácia, que haviam recebido novas doutrinas e ensinos de anjos (Gl.1: 6a8). Parece que esses novos ensinos diziam que o homem deveria ajudar na Salvação de Deus cumprindo preceitos da Lei de Moisés, tais como: “abstinência de certos alimentos” (ITim.4: 3), “a guarda de dias e festas” judaicas (Col.2:16) e finalmente a circuncisão característica do povo Judeu (Gl.5: 2). Todas essas coisas: “Não toques, não proves, não manuseies. As quais coisas todas perecem pelo uso,
segundo os preceitos e doutrina dos homens; As quais têm, na verdade, aparência de sabedoria, religiosidade, santidade, devoção voluntária, humildade e disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Col.2: 21a23). Paulo se opõe terminantemente a esta
mistura de Lei com Graça para obtenção de uma suposta santidade superior. Ele diz: “Comei tudo de que se vende no açougue” (ICor.10:25). E o Senhor Jesus ensina: “Porque não é o que entra pela boca que contamina o homem e sim que sai dela” (Mt.15: 11). Como seria fútil e legalista um cristão adotar a leis dietéticas da Torah e colocar-se debaixo de parte da Lei quando nem os Judeus puderam cumpri-la em totalidade, como disse Pedro: “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?” (At.15: 10).
Paulo conclui seu argumento explicando que a promessa da Salvação não pode ser ajudada por obras da Lei pois, na Lei, o homem trabalha por seu próprio esforço e, se o homem tiver alguma coisa a ver com o assunto, DEUS É POSTO DE LADO; e se Deus é posto de parte, não pode haver salvação, pois é impossível que o homem possa operar a sua salvação por meio daquilo que prova ser ele uma criatura perdida (pois a Lei aponta a incapacidade do homem em obedecer à perfeição de Deus). Por outro lado, se a salvação é uma questão de graça, então deve ser tudo graça. Não pode ser metade Graça e metade Lei. Os dois concertos são perfeitamente distintos. Não pode ser Agar e Sara. Tem de ser uma ou outra.
Se for Agar, Deus nada tem que ver com isso; se for Sara, o homem nada tem que ver com isso. É assim inteiramente. A Lei fala ao homem, prova-o, vê o que ele vale realmente, declara-o em ruína, e deixa-o debaixo da maldição; e não somente o coloca debaixo da maldição, mas conserva-o ali, por todo o tempo que ESTIVER OCUPADO COM ELA – enquanto vive. “A Lei tem domínio sobre o homem em todo o tempo que vive” (Rm.7: 1); porém, morto o homem o seu domínio cessa, necessariamente, tanto quanto lhe diz respeito, não obstante estar em vigor para amaldiçoar todo homem que vive. Mas nós morremos crucificados com Cristo (Rm.6: 4a8), estamos “mortos para a Lei pelo Corpo de Cristo” (Rm.7: 4).
Os Gálatas, à semelhança de Abraão neste capítulo, estavam afastando-se de Deus, e voltando para a carne. Qual é o remédio para isto? Cair da Graça é voltar para debaixo da Lei, da qual nada se pode obter senão “a maldição”. Quero observar que, assim como os gálatas tiveram mestres falando com anjos e ensinando doutrinas que os faziam voltar para os preceitos da Lei, em nossos dias estes mesmo ensinos podem ocorrer, precisamos estar atentos. Ou seguimos o ensino Bíblico por completo, ou não somos o povo da Palavra de Deus. É comum surgirem falsos mestres para perturbar a Igreja, Vejamos um exemplo: O Senhor Jesus disse acerca de Sua vinda: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Mc.13: 32). Ele afirma que nem mesmo Ele, Jesus, sabe o Dia da Sua Parousia, ou seja, da Sua volta a terra. O que nós diríamos se aparecesse um homem dizendo que sabe o Dia da volta de Jesus, um homem que diz saber mais que o próprio Jesus. É triste que muitos falsos profetas têm surgido na história da Igreja falando sobre o grande advento e marcando datas, passando sobre a Bíblia, debochando da Palavra e ainda assim, encontram pessoas para os seguirem e a seus falsos ensinos.
Precisamos estar atentos, os Gálata queriam voltar aos rudimentos da Lei, eles tinham seus falsos mestres e Paulo afirma com clareza e firmeza: “SEPARADOS estais de Cristo, vós os que vos justificais pela Lei; da graça tendes caído........ Um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gl.5: 4e9). Nenhum pouco da falsa doutrina, ou do fermento (mistura de Lei com Graça), pode ser admitido na Igreja de Deus. Que o Senhor nos guarde de tamanha abominação.
Gn.16: 15e16: “Agar deu a luz um filho a Abrão...” podemos ver que o filho da escrava, o filho da carne, não foi impedido de nascer, ele também teve o seu lugar ao sol.
Ele jamais fez parte da promessa da benção de Abraão, da salvação para todos os povos, mas ele nasceu, ele cresceu, ele foi feito uma grande nação, uma grande nação de povos contrários e inimigos do povo de Deus: “Ele será homem feroz, e a sua mão será CONTRA todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos” (Gn.16: 12). Aqui, nesta profecia Bíblica, entendemos que os descendentes de Ismael (árabes), filho da Egípcia Agar, estarão sempre diante dos Filhos de Sara (Israel), pois os árabes serão sempre inimigos confrontando Israel através de guerras e perseguições e, também, confrontando a Igreja de Deus (descendência espiritual de Abraão) através do Islamismo, que é a religião que mais tem perseguido e matado os cristãos nos dias atuais. A grande questão é: E quanto a nós, somos descendentes de Sara ou de Agar, somos da Lei, ou somos da Graça? Que esta dúvida jamais sobrecarregue os nossos corações fazendo-nos cair do favor imerecido e maravilhoso de Nosso
Deus!

Gênesis capítulo 15.

Gn.15: 1- Este capítulo se inicia com a frase: “Depois destas coisas veio a
Palavra do Senhor à Abrão.....” É fácil notarmos que há uma clara continuidade
da narrativa do capítulo 14. É possível que após a guerra contra os quatro reis e a forma, até mesmo insolente e inadequada com que Abrão, simplesmente
rejeitou a oferta do rei de Sodoma, ele estivesse ponderando se havia agido
corretamente quando recusou os bens e até mesmo qualquer forma de amizade e
honraria que pudesse vir desse rei. Não teria sido um exagero por parte da
Abrao tamanha renúncia. Que ele poderia fazer agora se os quatro reis por ele derrotados se unissem com o rei de Sodoma e todos viessem tomar vingança de sua insolência, sendo ele apenas um camponês, sem muralhas que o protegessem nos campos abertos onde pastavam seus rebanhos sob os carvalhaes de Manre?
É em meio a todos estes pensamentos que ele ouve a Palavra do Senhor “dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão”. Nenhuma flecha do inimigo pode penetrar o escudo que protege o crente mais fraco em Jesus.
Gn.15: 2a6- “Então disse Abrão: Senhor DEUS, que me hás de dar, pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer? Disse mais Abrão: Eis que não me tens dado filhos, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro”. Abrão sabia que sua semente herdaria a terra (Gn.13: 15), e pensava que filiação e sucessão acham-se inseparavelmente ligadas na mente de Deus.
Assim, o Herdeiro precisava ser, também, Filho. Como vemos em Tiago1: 18-
“segundo a Sua Vontade, Ele nos gerou”. Ser gerado em Deus, ser filho de Deus, nos habilita para o Reino, para a herança. Abrão pensava neste princípio e desejava ardentemente um filho. Mas seu corpo estava amortecido e também o de Sara, sua esposa. Então o Senhor da vida e da morte, Aquele que chama à existência as coisas que não são, fala a Abrão dizendo: “mas aquele que de tuas entranhas sair, este será o teu herdeiro”.
Gn.15: 6 – “E creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça”. Abrão creu no fato de ter Deus poder sobre a morte, poder para ressuscitar e trazer vida onde já a morte reinava e as células se degeneravam pelo avançar dos anos e da idade. Sara poderia conceber vida em seu ventre morto! “Deus não é Deus dos mortos mas dos vivos” (Mt.22: 32), por estar o homem debaixo do poder da morte e sob o domínio do pecado, não pode conhecer a posição de filho. Assim, só Deus pode conceder a adoção de filhos pelo poder do Cristo Ressurreto que destrói o poder da morte. Nesta mesma fé, Abrão pode crer que haveria nova vida no ventre amortecido de Sara e isto lhe foi imputado por justiça, porquanto creu na vida de ressurreição do Filho de Deus que vence a morte, a sepultura e o pecado.
Rm.3: 23e24- “Ora, não só por causa dele (Abrão) está escrito, que lhe fosse
tomado em conta (a fé na ressurreição), mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor”. Esta fé, será também, a nossa justiça e justificação diante do Deus vivo, pois é através dessa fé que somos recriados à imagem de nosso Bendito Salvador quando nascemos de novo da água e do Espírito (Joao3: 5) e passamos da morte para a Vida. A Vida de Ressurreição em Cristo Jesus Nosso Senhor.
Gn.15: 7 – “......Eu sou o SENHOR, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para herdá-la”. Vemos aqui a grande questão do direito de sucessão, o direito à herança dada aos filhos. Paulo diz aos Romanos8: 17 - “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados”. “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso de glória muito excelente”(IICor.4: 17). Não há dúvidas que os herdeiros participam da promessa e, também, das aflições da jornada. É uma grande honra para os discípulos beberem do mesmo cálix amargo do qual bebeu o mestre, participar do mesmo batismo de fogo de tal forma que assim como O Herdeiro, os co-herdeiros alcancem a promessa pelo caminho do sofrimento. A terra foi prometida à descendência de Abraão, mas não sem antes ter ele sido avisado que: “Saibas, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos”(Gn15: 13).
Nós não podemos participar dos sofrimentos de Cristo no que concerne à ira de Deus, pois este cálix Ele bebeu sozinho, mas quanto à rejeição dos homens, à todo o discípulo é dito: “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, mas também padecer por Ele”(Fil.1: 29). Um crente jamais deverá buscar o sofrimento através de legalismos e regras humanas, tentando fazer-se mais cristão por obras e regras da Lei. Não, antes, quando verdadeiramente amamos a Cristo, nos aproximamos Dele, somos rejeitados e escarnecidos pelo mundo da mesma forma que Ele foi, sem que nós jamais venhamos a buscar isso, pois neste caso, não teria “valor algum a não ser para a satisfação da carne”.
Por outro lado, certifiquemo-nos de que não estamos com medo do cálice e
batismo do Senhor. Não devemos professar possuir os benefícios que a cruz nos garante, enquanto recusamos a rejeição que essa cruz inclui. Podemos ter a certeza que o caminho para o Reino não é alumiado pelo brilho do sol do favor deste mundo, nem coberto com as rosas da sua prosperidade. Se um cristão progride no mundo, tem bons motivos para avaliar se esta mesmo na companhia do Cristo Bendito. Pois Ele disse: “Se alguém me serve, siga-me; e onde eu estiver ali estará também o meu servo”(Jo12: 26). Qual foi o fim da carreira terrestre de Cristo? Foi uma posição elevada e de influência neste mundo? Ele encontrou o Seu lugar na cruz entre dois malfeitores condenados. “Mas”, dir-se-á “Deus estava em tudo isto”. Certamente; porém o homem estava nisto igualmente; e esta última verdade é que deve assegurar, inevitavelmente, a nossa rejeição pelo mundo, se tão somente andarmos em companhia de Cristo. A companhia que nos leva ao céu lança-nos para fora desta terra. E falar daquela verdade enquanto se desconhece esta, é prova de que alguma coisa esta errada.
Gn.15: 13a17 – “E pondo-se o sol, um profundo sono caiu sobre Abrão; e eis que grande espanto e grande escuridão caiu sobre ele. Então disse a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos, mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com
grande riqueza. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado.
E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia. E sucedeu que, posto o sol, houve escuridão, e eis um forno de fumaça, e uma tocha de fogo, que passou por aquelas metades.
A história de Israel é toda resumida nestas duas figuras, o “forno” e a “tocha de fogo”. Aquele mostra-nos os períodos da sua história nos quais foram levados a sofrimento e provações; como, por exemplo, o longo período da escravidão do Egito, a sua sujeição aos reis de Canaã, o cativeiro babilônico e a sua dispersão presente e a condição de exilados (antes de formação do estado de Israel na palestina). Durante todo este período de sua história, pode-se dizer que estavam passando pelo forno de fumaça (Dt.4: 20; IRs8:51; Is48:10).
Em seguida, na tocha de fogo, temos aquelas fases na história de Israel cheia dos acontecimentos e que o Senhor veio em seu socorro, tais como a libertação do Egito, por mão de Moisés; a sua libertação dos reis de Canaã, por meio do ministério dos juízes; o regresso de Babilônia por meio do decreto de Ciro; e a sua libertação final quando Cristo aparecer em glória para libertá-los do poder do anti-cristo e seu exército. A herança tem de ser alcançada pelo forno, e quanto mais negro for o fumo do forno, tanto mais brilhante e alegre será a tocha da salvação de Deus.
Este princípio de tratamento e polimento de caráter aplicado por nosso Deus,
não é apenas direcionado ao povo como um todo, mas individualmente da formação de cada servo. Podemos ver o forno em ação na vida de todos os grandes heróis da fé antes que viesse o prazer da tocha. “Grande espanto e grande escuridão” passaram pelo espírito de Abraão. Jacó teve de passar 20 anos de trabalhos penosos na casa de Labão. José achou o seu forno de aflição nas prisões do Egito. Moisés passou 40 anos no deserto. Assim te que ser com todos os servos de Deus. Primeiro têm que ser “experimentados”, para que, sendo tidos “por fiéis”, possam ser “postos no ministério”. O princípio de Deus, com respeito àqueles que O servem, é revelado nas palavras de Paulo, “não neófito, para que ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo”(ITim.3: 6).
Precisamos compreender algo de suma importância: Uma coisa é ser filho de Deus, e outra completamente diferente e complementar é ser um servo de Cristo. Eu posso amar muito o meu filho, contudo, se o ponho para trabalhar no meu jardim, ele pode fazer mais mal do que bem. Porquê? É porque não é meu filho querido?
Não, mas porque não é um servo experimentado. Isto faz toda a diferença.
Parentesco e trabalho são coisas distintas. É um fato que o serviço público e a disciplina privada acham-se intimamente ligados nos caminhos de Deus. Aquele que mais se apresenta em público necessitará de um espírito moderado, juízo prudente, mente dominada e mortificada, vontade vencida e tom maduro, que são resultados belos e seguros da disciplina secreta de Deus (o forno íntimo do Senhor, o cadinho perfeito em que Ele refina a prata e queima o barro fazendo os mais belos vasos para Sua própria honra).
Senhor Jesus, guarda os teus servos fracos muito perto da Tua Bendita Pessoa e na concavidade da Tua Mão!