terça-feira, 27 de setembro de 2011

Qual será seu legado?

Jonathan Edwards nasceu em 1703 em Windsor Connecticut. Ele era o único filho homem entre dez filhas, seu pai, Timothy Edwards era pastor, e sua mãe, Esther Stoddard era filha de Solomon Stoddard, um famoso reverendo da época.

Solomon Stoddard, avô de Edwards, era um Puritano em todo significado da palavra, foi o líder espiritual da cidade de Northampton, Massachusetts por 57 anos.

Dois anos antes de sua morte, seu neto Jonathan Edwards subiu de pastor assistente para pastor.

Jonathan Edwards aprendeu muito com o avô principalmente a importância de trabalhar duro e estudar bastante. Ainda bem novo, Edwards aprendeu a escrever. O pai dele lhe ensinou o latim e outros idiomas como grego e hebraico. Aos seis anos de idade ele já conseguia conjugar os verbos em latim.

O domínio destes idiomas lhe ajudaria depois a ser um perito em estudos da Bíblia Sagrada e um mensageiro poderoso da Palavra de Deus.

Aos 13 anos de idade, Jonathan Edwards entrou na Faculdade de Yale, e lá estudou teologia. E como aquele garoto amava estudar. Ele freqüentemente passava 14 horas por dia estudando sobre a Palavra de Deus.

Em 1720, Edwards se formou em Yale, como o primeiro de sua classe. E começou cedo na carreira pastoral. Edwards lutou para resgatar o significado de verdadeira revivificação cristã.

Sua geração foi a segunda geração dos Puritanos. A primeira geração tinha trabalhado duro e sido muito diligente para semear a semente do evangelho e fazer da América um lugar no alto da Colina, onde fossem resgatadas muitas vidas para o Senhor.

Mas agora, a segunda geração tinha perdido muito seu desejo espiritual. Eles tinham perdido a vontade e o zelo necessários para continuar a expansão do reino de Deus.

Assim Edwards começou uma de suas séries de sermões, com muita oração para acordar a congregação sonolenta que tinha se envolvido demais com seus próprios negócios e suas próprias vidas, deixando em segundo lugar a vontade de Deus, se preocupando mais com sua vida cotidiana do que com Cristo e seu reino. Em 1731, Edwards pregou a mensagem: " Deus se glorificou na dependência do homem.''
Nisto, ele atacou o liberal argumento, que pecado somente era uma condição de ignorância. Ele acreditava que o pecado humano era uma inimizade inerente contra Deus e que a salvação significava uma mudança de coração.

Esta mensagem desafiou os cristãos a procurarem em seus corações seus mais íntimos pecados e se arrepender de cada um deles. Sem dúvida Edwards foi um grande homem de Deus que muito colaborou, direta e indiretamente, para o reavivamento bíblico, e para que hoje eu e você possamos conhecer a Palavras de Deus e seu significado.

Contudo, em nenhuma área Edwards foi mais bem sucedido do que em seu papel como pai. Edwards e sua esposa Sarah tiveram onze filhos. Apesar de um horário de trabalho rigoroso que incluía acordar às 4: 30 da manhã ler e escrever em sua biblioteca, viagens extensas, e reuniões administrativas infinitas, ele fazia questão de dedicar muito de seu tempo aos seus filhos.

Apesar de sua vida agitada, Edwards se comprometeu a passar pelo menos uma hora por dia com eles, principalmente lhes ensinando princípios cristãos.

E se ele perdesse um dia porque estava viajando, acumularia essas horas e as passaria com os filhos quando voltasse.

Sem dúvida Edwards deixou um importante legado aos seus filhos, assim como seu avô havia deixado para seu pai, e seu pai deixará para ele.

O dicionário Aurélio nos diz que legado é um valor previamente determinado, ou objetos previamente individuados, que alguém deixa a outrem. E o principal legado que Edwards deixou a seus filhos foram seus princípios cristãos.

Recentemente, o estudante Benjamim B. Warfield de Princeton encontrou, depois de muitas pesquisas, 1.394 descendentes conhecidos de Edwards. E nessa pesquisa podemos constatar o maravilhoso legado que Edwards deixou aos seus descendentes através de sua vida cristã. Dos 1.394 descendentes de Edwards:

3 se tornaram presidentes de universidades; 3 senadores dos Estados Unidos;
30 juizes; 100 advogados; 60 médicos; 65 professores de universidades;
75 oficiais de exército e marinha; 100 pregadores e missionários; 60 escritores de destaque; 1 vice-presidente dos Estados Unidos; 80 altos funcionários públicos;
250 formados em universidades, entre eles governadores de Estados e diplomatas enviados a outros países.

Os descendentes de Jonathan Edwards não custaram ao Estado um dólar.


Por outro lado, Benjamim B. Warfield também pesquisou a vida de Max Jukes, um famoso ateu, contemporâneo a Edwards, o qual freqüentemente atacava os discursos, a ideologia e as pregações de Edwards. Max Jukes, o ateu, viveu uma vida ímpia, casou-se com uma jovem ímpia, e também deixou um legado para seus descendentes, da descendência dessa união entre Jukes e sua esposa, pesquisada por Benjamim, constatou-se que de todos seus descendentes encontrados:

310 morreram como indigentes; 150 foram criminosos, sendo 78 assassinos; 100 eram alcoólatras; Mais da metade das mulheres, prostitutas.

Os 540 descendentes de Jukes custaram ao Estado 1.250.000 dólares.

A história de Jonathan Edwards é um exemplo do que alguns sociólogos chamam a "regra das cinco gerações." Como um pai cria seus filhos e o amor que eles dão, os valores que ensinam, o ambiente emocional que oferecem, a educação que provêem, não só influencia seus filhos, mas as quatro gerações seguintes.
Em outras palavras, o que os pais fazem pelos seus filhos permanecerá pelas próximas cinco gerações.

O exemplo de Jonathan Edwards nos mostra a importância de deixarmos esse legado cristão aos nossos filhos.

Mas a teoria das cinco gerações trabalha de ambos os modos. Se não nos esforçarmos para sermos bons pais e transmitirmos princípios cristãos, nossa negligência pode infestar gerações. Considere o caso de Max Jukes.

Max Jukes teve problemas com a bebida, que o impediu de manter um trabalho fixo. Também o impediu de demonstrar muita preocupação pela esposa e os filhos.

Claro que isto não significa que as pessoas simplesmente são um produto direto de seus pais, ou que seu futuro está determinado pela sua descendência.

Houve muitos que descenderam de homens como Jukes e superaram grandes obstáculos para ter sucesso. Outros só vieram de casas amorosas como Edwards e causaram grandes problemas. Mas estas são as exceções, não a regra.

As histórias de Jonathan Edwards e Max Jukes oferecem lições poderosas sobre o legado que nós deixaremos como pais. Daqui a cinco gerações é bem provável que as nossas realizações profissionais serão esquecidas. Na realidade, nossos descendentes podem pouco saber sobre nós ou nossas vidas. Mas o modo como somos pais hoje e princípios que transmitimos afetarão diretamente não só nossos filhos, mas também nossos netos, bisnetos e as gerações que se seguem.

Como dizia Edwards: Deus fez todas as coisas com um propósito, e Deus também tem um propósito para todos nós, Nenhum homem vive em vão,todos nós deixaremos um legado. Qual será o seu?

"Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer... Sua descendência será poderosa na terra; a geração dos justos será abençoada". (Salmos 112.1-2)

Jonathan Edwards: A intensidade de sua vida interior

A intensidade da sua vida interior nesses anos de juventude era extraordinária. Suas famosas "Resoluções" captam algumas das paixões mais marcantes dessa fase da sua vida. Sua existência era governada por uma determinação que o permitia realizar feitos admiráveis. A Resolução nº44, por exemplo, diz: "Resolvido: nenhum fim a não ser a religião terá qualquer influência sobre as minhas ações; nenhuma ação se concretizará, mesmo na mais insignificante das circunstâncias,
sem que vise à religião". E a Resolução nº61 diz: "Resolvido: independentemente de qualquer justificação que possa encontrar, não darei lugar à indiferença que afrouxa e relaxa a minha mente, impedindo-a de fixar-se de todo na religião".

Trata-se da aplicação radical do aforismo bíblico: "Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou" (2Tm 2.4). Foi justamente esse enfoque obstinado sobre a "religião" que lhe rendeu uma vida inteira de estudos e escritos voltados para Deus. Para Edwards, a religião significava vida e pensamento cristãos. E tudo isso se encontrava arraigado num conjunto de conhecimentos - uma "ciência" gloriosa chamada teologia. Certa vez, Edwards pregou um sermão sobre Hebreus 5.12 ("devíeis ser mestres") no qual descreveu a que dedicava tanta determinação, a saber:

O próprio Deus, o Eterno Três em um, é o objeto maior dessa ciência; seguido de Jesus Cristo, como Deus-homem e Mediador e a obra mais gloriosa de redenção jamais realizada; na seqüência, o mundo celestial, a habitação eterna comprada para nós por Cristo e prometida no evangelho; a obra do Espírito Santo de Deus no coração dos seres humanos; nossos deveres para com Deus e a maneira como podemos nos tornar... semelhantes a Deus na medida do possível. Todas essas coisas são objetos dessa ciência.

Que maravilha seria se os pastores e os líderes cristãos dos nossos dias tivessem esse mesmo enfoque central e universal! No entanto, de modo geral não se acredita mais que tal enfoque e tal desperdício de energia possam ser bem-sucedidos". Esse é um dos motivos pelos quais os escritos de Edwards, bem como o seu exemplo, são tão necessários nos dias de hoje.

John Piper

O Monstro da Incredulidade C. H. Spurgeon

Até quando não crerá em mim?

Números 14.11

Empenhe-se, com todo o cuidado, para manter-se longe do monstro da incredulidade. Ela desonra a Cristo. Se O insultarmos, tolerando a incredulidade, Ele afastará sua presença visível. É verdade que a incredulidade é uma erva daninha cujas sementes nunca podemos tirar inteiramente do solo, mas devemos tirar a raiz com zelo e perseverança.

Entre as coisas detestáveis, a incredulidade é a que mais devemos odiar. A sua natureza injuriosa é extremamente maligna: aqueles em quem ela se manifesta e os que a praticam são todos prejudicados por ela. Em seu caso, ó crente, a incredulidade é a coisa mais ímpia, visto que as misericórdias de seu Senhor, no passado, aumentam a sua culpa ao duvidar dEle no presente.

Quando você desconfia do Senhor Jesus, Ele pode clamar: "Eis que farei oscilar a terra debaixo de vós, como oscila um carro carregado de feixes" (Amos 2.13). Duvidar do Senhor Jesus é o mesmo que colocar em sua cabeça uma coroa de espinhos muitíssimo agudos.
É bastante cruel da parte de uma esposa desconfiar de seu esposo fiel e amável.

O pecado de incredulidade é desnecessário, tolo e sem justificativa. O Senhor Jesus nunca nos deu o menor motivo para suspeitas e sente-se triste quando duvidam dEle aqueles aos quais demonstra afeição e veracidade. Jesus é o Filho do Altíssimo e tem riquezas ilimitadas. É vergonhoso duvidar do Onipotente e desconfiar do Todo-Suficiente.

Os celeiros do céu não se esgotarão pelo saciar de nossa fome. Se Cristo fosse apenas um depósito de água, logo acabaríamos com a plenitude dEle. Mas quem pode secar uma fonte? Ele tem suprido as necessidades de miríades de espíritos; e nenhum deles tem se queixado de escassez de recursos nEle.

Lance fora esse traidor chamado incredulidade, pois seu único alvo é destruir os laços de comunhão e fazer-nos lamentar um Salvador ausente. Morte ao traidor chamado incredulidade! Meu coração o abomina!

domingo, 25 de setembro de 2011

O Hipercrítico.

Lendo as cartas do Apóstolo Paulo às Igrejas que ele havia plantado e ajudado em todo crescimento inicial, fiquei bastante surpreso ao encontrar expressões como estas: “Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes a verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?” (Gal.3: 1). “Porque ainda sois carnais; pois havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?”(ICor.3: 3). “Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade.”(Fil.1: 15).

De todas as afirmações do Velho Apóstolo às suas Igrejas, a que mais me impressiona é aquela em que ele afirma: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho” (Gal.1: 6). Lendo o contexto desta carta, vemos uma Igreja do Senhor Jesus sendo aliciada e corrompida por um novo e falso evangelho, algo que parecia entristecer sobremaneira o velho e fiel servo de Cristo.

Infelizmente, antes de sua morte, com muito pesar em seu coração, ele fez uma dolorosa declaração aos líderes da Igreja: “Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de entre vós mesmos se levantarão(de dentro da Igreja) homens que falarão coisas perversas (e convincentes), para atraírem os discípulos após si” (Atos20: 29,30).
Esta profecia do apóstolo se cumpriu em uma velocidade espantosa; não muito depois de sua morte e, também do martírio de todos os outros apóstolos, apenas um deles permanecia vivo, preso na ilha de Pátmos, conhecido como o discípulo do amor, seu nome, João, o mais jovem dos apóstolos, o último a morrer. Já bem velho, com cerca de noventa anos, preso, por amor ao evangelho, em Pátmos, uma prisão cruel e fortemente guardada, ali, ele foi visitado pelo Senhor da Igreja, o próprio Senhor Jesus o encontrou na prisão e lhe ordenou que escrevesse cartas as Igrejas. Eu gostaria de avaliar, com os irmãos, um pouco do teor dessas cartas que o Senhor Jesus, tão amorosamente, ordenou que fosse escrito (Apoc.1: 19).

Para Éfeso, que faz tipologia dos primeiros anos da Igreja sobre a terra, o Senhor faz alguns elogios, mas deixa claro que aquela Igreja já não o amava como antes: “Tenho porém contra ti que deixaste o teu primeiro amor”(Apoc.2: 4). Para Esmirna, a Igreja caracterizada pela perseguição e martírio dos fiéis, o Senhor alerta contra a blasfêmia daqueles que se dizem judeus, mas não são (Apoc.2: 9). Mas para a Igreja de Pérgamo, o Senhor diz algo muito surpreendente, Ele diz: “Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é o trono de Satanás; que reténs o meu Nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde satanás habita. Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, que tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem. Assim tens também os que seguem a doutrina dos Nicolaítas, o que eu odeio”(Apoc.2: 13a15).

Sempre que penso no meu Senhor Jesus e em todo o Seu amor e bondade, considero difícil imaginá-Lo dizendo: “ESTES EU ODEIO”.
Todo o início do Novo Testamento nos fala acerca do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, um cordeiro gentil, suave, pequeno e inofensivo. Mas no livro de Apocalípse, este Cordeiro virá como o Leão da Tribo de Judá (Apoc.5: 5), uma aparição completamente diferente daquela vista em sua encarnação. Agora, em sua segunda vinda sobre a terra, Ele é aquele que tem o poder de julgar, porque “o Pai a ninguém julga, mas deu ao filho todo o juízo”(João5: 22). “Porque para Efraim serei como um Leão, e como um leãozinho à casa de Judá: Eu, Eu o despedaçarei, e ir-me-ei embora; arrebatarei e não haverá quem livre (Oséias5: 14).

Desta forma, antes da Sua vinda, o Senhor Jesus escreve uma carta de alerta! Algo notório nestes solenes avisos do Senhor Jesus, foi o fato dEle deixar claro que a Igreja de Pérgamo habitava no mesmo lugar onde estava o trono, ou seja, a soberania de Satanás, esta era uma CRÍTICA duríssima, no entanto, o Senhor não diz que ela havia deixado de ser Sua Igreja, nem de ser amada por Ele. Precisamos lembrar que logo no início do livro de Apocalípse o Senhor Jesus diz a João: “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” (Apoc.1: 18e19).

Podemos perceber que o Senhor Jesus estava ditando, ao Apóstolo João, cartas direcionadas às suas sete Igrejas da Ásia, mas que estas coisas também se relacionavam com eventos que “haveriam de acontecer”, portanto, eram palavras proféticas para o futuro da Igreja. A Igreja de Pérgamo possuía um governo eclesiástico singular, ela se encontrava no lugar do trono de Satanás, um lugar onde o inimigo tinha completo e soberano domínio, porém, ela continuava sendo uma Igreja. Isso poderá parecer contraditório aos nossos olhos, confesso que, de difícil entendimento. Mas vamos tentar captar a mente do Senhor nestas Palavras. No verso 13 o Senhor diz que esta Igreja ainda retinha Seu Nome e não negava a fé, portanto, era uma Igreja Evangélica; Ela também possuía um Antipas, alguns teólogos, estudando esse nome concluíram que se refere a alguém que é contra...... alguém que não se rende ao sistema operante! Anti = Contra; Pas = Tudo , ou seja , Contra-tudo. Esse era o Antipas. Talvez, ainda hoje, Deus levante homens assim na Igreja.

Então, esta Igreja possuía um Antipas, alguém que não concordava com as novidades doutrinárias, ainda assim, ela abraçou a doutrina dos nicolítas e estava no local de domínio de satanás. O que seria tudo isso? Muitos estudiosos da Palavra de Deus concluíram que a palavra nicolaíta possuía, em sua raiz, duas palavras: Nikos e Laus, que seriam traduzidas como: Nikos=Dominar sobre e Laus=povo comum. Desta forma, concluíram que esta foi a doutrina do clero, uma elite religiosa que dominava sobre o povo comum, ou seja, a Igreja possuía líderes detentores de toda a autoridade e um povo completamente ignorante da Bíblia. Há que se considerar que, quanto maior o analfabetismo Bíblico, mais facilmente se pode dominar e conduzir o povo a qualquer idolatria ou falsa religiosidade com fins lucrativos. Esta foi a principal característica da Igreja Católica medieval, ela instituiu a proibição da Bíblia e, toda sorte de misturas, crendices e misticismo para seus adeptos.

A filosofia implantada por essa Igreja dizia que qualquer pessoa que desejasse estudar mais profundamente a Bíblia seria uma pessoa presunçosa que estaria querendo ser mais sábia do que os outros irmãos e, portanto, estaria desafiando a autoridade da Igreja. Ninguém poderia contestar os ensinos do Clero, ou iria para a fogueira para ser queimado como bruxo. Aos poucos a Bíblia foi removida do meio do povo e os Nikos, os dominadores formularam a Igreja que convinha para eles. De uma forma incrível, em nossos dias, isso parece estar se repetindo nas Igrejas que já, um dia, protestaram contra isso. Os membros da Igreja assistem a todo tipo de show que vai do hip hop ao funk , das lutas às artes cênicas, do samba ao sertanejo, do birimbau ao pagode, mas ignoram completamente as mais básicas doutrinas Bíblicas e qualquer um que ousar contestar esses ensinos é tido como um desunido, um Antipas, um crítico que se considera mais sábio que os outros e que não colabora para o bom andamento do sistema.

Para que possamos entender melhor a última carta do Senhor Jesus às Suas Igrejas, precisamos saber que cada Igreja representa um período da história. Assim, poderíamos dizer que Pérgamo representa o início do Catolicismo como força dominadora sobre o mundo conhecido de então, e que Tiatira, representa o auge do catolicismo até o seu declínio. Sardes seria o período da reforma protestante, Filadélfia a Igreja missionária dos séculos XVIII, XIX e Laodicéia a Igreja atual. Porém, há que se entender que, em nossos dias, podemos encontrar características de Sardes, Tiatira, Filadélfia e Laodicéia misturadas em uma só Igreja. Laodicéia permanece como a principal em nossos dias, mas não exclui a possibilidade de permanência das outras. Como seria isso? Vejamos: Tiatira, O Senhor Jesus diz: “Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Apoc.2: 20). Aqui vemos o alerta do Senhor contra os falsos ensinos desta “mulher”, sabemos que, mulher, no novo testamento faz tipologia da Igreja e, aqui, esta Igreja, conduz o povo a idolatria. Não é difícil perceber qual a maior de todas as idolatrias em um país capitalista como o nosso, basta olhar as frases nos vidros dos carros onde se lê: “Foi deus que me deu”! Quem é esse deus? Não seria Mamom o seu nome (Mateus6:24)?Quando vemos as revistas e os shoppings somos bombardeados por todos os tipos de consumo desenfreado, desejamos o novo celular, a nova bolsa, a nova televisão, o novo computador! Jezabel, essa mulher que ensina, não perdeu tempo, trouxe para dentro da Igreja toda essa idolatria, o povo tornou-se consumidor dos eventos evangélicos, assistem os shows, compram as camisetas e depois contam das “bênçãos” de consumo que receberam, dão testemunho de todos os bens o deus Mamon lhes possibilitou adquirir neste mundo.

Para Sardes, vemos o Senhor Jesus dizendo: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto. Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o e arrepende-te”(Apoc.3: 1a3). Podemos perceber o solene aviso dado Sardes, a Igreja protestante, lembra-te do que tens recebido. Parece que esta Igreja que havia recebido a grande revelação e o privilégio de ter a Bíblia traduzida em sua língua natal, estava deixando a Palavra de Deus de lado e se dedicando a muitas obras que pareciam belas aos homens, mas não estavam refletindo obediência a Deus!

Para Filadélfia o Senhor diz algo sublime: “Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha Palavra, e não negaste o meu nome” (Apoc.3: 8). Algo maravilhoso é dito desta Igreja, ela possuía pouca força; é certo que não
deveria ter grande influência política, trânsito no governo ou templos faraônicos, visto que Tiatira possuía tudo isso, mas esta Igreja não, ela era pobre e simples, mas ela tinha algo especial, uma porta aberta, uma escada de Jacó, suas orações subiam até o Deus dos céus! Que revelação tremenda e sublime é esta que vemos aqui! Esta Igreja possuía uma porta aberta, seus cultos não eram shows para agradar a platéia, eram uma porta aberta para o céu. Suas orações eram incenso suave ao Nosso Deus. Seus cânticos não eram apelos sensuais às emoções da alma, mas eram louvores de gratidão ao Senhor. E tudo isso tinha uma simples e prática explicação: “GUARDASTE A MINHA PALAVRA”. Isto é tudo o que esta Igreja tinha e precisava ter. Ela não se dedicava a terapias e psicologia barata, ela ensinava e vivia a Palavra, por isso a porta jamais seria fechada!
Laodicéia, a Igreja dominante de nossos dias, ela houve do Senhor Jesus a seguinte crítica: “Assim porque és morno, não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca (uma Igreja moderada e equilibrada com o mundo). Como dizes: Rico sou , e estou enriquecido, e de nada tenho falta ( tenho todos os ministérios e entretenimentos); e não sabes que és um desgraçado, e pobre e cego e nu ....aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo para que te enriqueças ....e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas (Apoc.3: 16a18). Esta Igreja é caracterizada por se achar rica e completa de coisas e ações, porém, aos olhos do Senhor era pobre e miserável, pois suas “boas obras” não refletiam o caráter do Senhor. O Senhor ordena que ela compre colírio e veja o seu grande abismo. Isso parece não nos assustar quando pensamos que nós somos essa Igreja, nós é que temos, hoje, todos os meios, todos os recursos, toda a tecnologia em nossos cultos, mas perdemos a visão do Mestre, Ele está do lado de fora batendo a porta e dizendo: “ Eis que estou à porta, e bato; SE alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei e ele comigo (Apoc.3: 20).
O que mais me impressiona é que o Senhor diz: “Se alguém ouvir a minha voz”. Ele não diz, se a Igreja ouvir a minha voz, parece que esta Igreja entrou em um estado de surdez que não lhe é mais permitido recuo, ela não mais ouvirá!
Aqueles que ouvirem terão o Senhor em suas casas, mas parece que na Igreja teremos apenas os palcos e os shows de entretenimento visual e carnal.

Quero finalizar este pequeno texto, lembrando a todo leitor que, estes solenes avisos do Senhor Jesus parecem, a princípio, críticas exacerbadas e severas, mas todo o quebrantado de coração saberá que o Verdadeiro Amor “disciplina, açoita e corrige a todo que recebe por filho” (Heb.12: 5e6). E perceberá, também, que nós não temos escolha, estamos enquadrados na realidade de uma destas sete Igrejas que o senhor Jesus citou no livro do Apocalipse, portanto, a nós cabe a responsabilidade do arrependimento e da volta “ao primeiro Amor”. O Amor pelo Noivo, o apego à Sua Palavra, a Seus métodos, a Seus ensinos e às Suas doutrinas e que assim, possamos ter pouca força como Filadélfia, mas uma Eterna porta aberta para os Céus e o Reino de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!

Que Deus muito os abençoe!

Irmão Acyr.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

COMO A MÚSICA MUNDANA ESTÁ ENTRANDO NAS IGREJAS?

Por David Cloud


Estou convencido que a música gospel é uma das coisas mais perigosas que estão tomando conta de igrejas batistas fundamentalistas e outras igrejas de crentes na Bíblia. É um dos cavalos de Tróia mais efetivos do movimento ecumênico. Considere a declaração seguinte que foi feita por um pastor com discernimento há quase 20 anos atrás:

"Há agora uma nova forma de modernismo e apostasia que está rastejando sorrateiramente em nossas igrejas e visa destruir o seu testemunho bíblico.

ESTA SITUAÇÃO NÃO SURGIU NA FORMA DE PREGAR OU ENSINAR, MAS ATRAVÉS DA PRODUÇÃO CARNAL DO PROGRAMA MUSICAL DE MUITAS IGREJAS.

Muito das canções ouvidas hoje em dia por coros e especiais na igreja é conhecido como gospel ou como rock suave (N.T.: ou em estilo pop) e apoiado freqüentemente com som de música gravada que poderia ser apresentado por um grupo “dance” ou de
discoteca num canto de um cabaré. A triste verdade é que a maioria destas novas músicas, pop rock, com estilo de música fora dos padrões foi concebida no inferno, incubado entre a multidão carismática, e impresso nas suas editoras. Bons batistas
fundamentalistas e outros como eles que refugam os ensinos da multidão carismática
relativo a línguas, sinais, milagres e de maneira pública estão agora cantando
a música deles em nossas igrejas e preparando nossos membros para o mundo, a
carne e o diabo.

É UM NOVO CAVALO DE TRÓIA DO MODERNISMO PARA ENFRAQUECER

NOSSAS IGREJAS EM RELAÇÃO À VERDADE ESPIRITUAL" (Victor Sears, Baptist

Bible Tribune , 1981).

Considere uma advertência semelhante de outro líder Batista:

"TALVEZ NADA PRECIPITE A UM DESLIZAMENTO PARA O NEOEVANGELICALISMO (N.T.: e obviamente para o pentecostalismo) DO QUE A
INTRODUÇÃO DA MÚSICA GOSPEL.

Os pastores de grandes igrejas nos informam que não podemos esperar atrair as massas com a música de igreja antiga, antiquada. Nós temos que mudar nosso
estilo para pegar a atenção do descrente.
São criados freqüentemente serviços para minimizar o desconforto sentido pelo incrédulo de forma que ele ou ela possa começar a aceitar o cristianismo como que afirmando uma influência.
Pessoas deveriam deixar igrejas que a si mesmas se dizem boas, é dito, em vez
de ser chamado ao auto-exame, arrependimento sincero, e fé em Deus. Um dos
modos principais de fazer uma igreja mais “contemporânea” é introduzir música
gospel, a qual há uma grande quantidade disponível.

ISTO CONDUZ INEVITAVELMENTE PARA UM DESLIZAMENTO GRADUAL EM OUTRAS ÁREAS ATÉ QUE A IGREJA INTEIRA É INFILTRADA POR IDÉIAS E PROGRAMAS ESTRANHOS A SUA POSIÇÃO ORIGINAL"

(Ernest Pickering, The Tragedy of Compromise: The Origin and Impact of the New
Evangelicalism, Bob Jones University Press 1994).

Igrejas que negligenciam o assunto de música fazem assim para o seu próprio
detrimento espiritual. Note quatro modos que este tipo de música está entrando
em congregações de crentes na Bíblia:


1. POR DESSENSIBILIZAÇÃO:


O membro comum de igreja hoje é inundado com música rock e está sendo inundado
em toda ou a na maior parte de sua vida. Desde os anos cinqüenta, o rock penetrou na sociedade ocidental. A música rock está incorporada em praticamente todas as rádios e programas de televisão e em todos os filmes de Hollywood.
Vocifera de alto-falantes em atividades tão diversas quanto lojas de roupas a postos de gasolina. Música rock está nos centros comerciais e em restaurantes.
Música rock é uma parte integrante de praticamente todo evento esportivo profissional. Pessoas se tornam tão dessensibilizadas por causa do rock que eles nem mesmo reconhecem que a música "cristã" que eles estão escutando é música rock.

2. POR ESCUTAR PRIVADAMENTE:

Música gospel está penetrando em círculos cristãos hoje, e até mesmo em igrejas
que não a apóiam, por que muitos dos membros escutam estas músicas nas suas
vidas diárias. Eu acho que não é incomum para membros de igrejas de crentes na
Bíblia escutarem Petra, Carman, Gaithers, Keith Green, Steven Curtis Chapman,
John Michael Talbot, Michael Card, e muitos outros grupos gospel. A maioria das
livrarias cristãs simplesmente não disponibiliza música espiritual, e não é fácil para os membros de igreja obter boa música.
A menos que uma igreja eduque continuamente e advirta seus membros a estabelecer o padrão correto nas vidas de seus líderes e obreiros e fazer boa música, a música gospel fará invasões constantes na congregação. Como mais e mais pessoas escutam música gospel nas suas vidas privadas, há pressão crescente para introduzir esse tipo de música junto as atividades da igreja.


3. PELOS ESPECIAIS:


Música gospel está entrando entre os batistas fundamentalistas e outros grupos
fundamentalistas de igrejas de crentes na Bíblia pelos especiais. Primeiro isso
acontece quando há uma escolha pobre da música por parte desses que executam o
especial. Não é incomum achar membros de igreja que cantam músicas gospel
populares em especiais em igrejas que são contra ela. Eu testemunhei isso em várias ocasiões quando viajei para pregar. Em uma igreja uma senhora cantou uma música que foi escrita por um pentecostal que nega a Trindade. Em outra igreja foi apresentada uma canção que foi escrita pelo pastor pentecostal da igreja Quadrangular Jack Hayford e é sobre a doutrina não bíblica da autoridade do reino pentecostal. A música gospel também está entrando nas igrejas por faixas de fundo usadas durante os especiais. Estas faixas freqüentemente usam tambores e guitarra elétrica para produzir um fundo rock.
Não é incomum que a música dessas faixas é executada por músicos profissionais que nem mesmo professam serem cristãos ou pela mesma multidão ecumênico-carismática que produz a popular música gospel.

4. MÚSICA GOSPEL ESTÁ ENTRANDO NAS CASAS DE CRENTES E NAS IGREJAS PELA MÚSICA “CRISTÃ INFANTIL”:
A vasta maioria da música cristã para crianças é sincopada e jazzística. A advertência seguinte é muito oportuna e importante: "Se você cria sua criança em aparentemente
inocente, mas mundano ritmo, eles terão definitivamente um desejo para a música
gospel quando eles se tornarem adolescentes. Você não poderá dizer, Oh, agora que você é mais velho deixe-me ensinar que a boa música está em toda a parte.
Será muito tarde. Você precisa lhes dar um padrão de excelência e espiritualidade nos seus primeiros anos .” (David G. Parker, Música em Nossa Cultura Contemporânea, 1997).

Que sabedoria nos guia?



"Todavia, falamos sabedoria entre os perfeitos, mas não a sabedoria deste mundo, 
nem dos poderosos deste mundo, que se reduz a nada" (1Co 2.6).
Quão longe está a igreja deste padrão. Quão fascinada é a igreja dos nossos dias pela sabedoria do mundo, dos poderosos deste mundo. Já não percebe mais que ela é nada. "Poderosos deste mundo", fala daqueles que são eminentes no mundo por causa de algum talento.

Paulo mostra em todo capítulo dois que não é possível que uma questão de 
importância eterna dependa da autoridade daqueles que estão de passagem e
perecendo, incapazes de oferecer perpetuidade até a si próprios. Em outras palavras ele diz: "Quando o reino de Deus se manifesta, que a sabedoria desse mundo desapareça, e o que é transitório ceda lugar ao que é eterno. Que é a sabedoria do mundo em comparação a sabedoria de Deus, que é eterna, celestial e incorruptível?".

A palavra de Deus não é suficiente aos olhos da "igreja" hoje. Achamos que os problemas desta geração são sofisticados demais para este velho livro. Que, por exemplo, no que se refere a alma humana, ele precisa ser contextualizado pela sofisticada visão da psicologia; que é quem realmente entende a alma humana e seus problemas. Enfim, só nos últimos cento e poucos anos a humanidade descobriu a chave para a compreensão da alma humana e seus problemas.

Ah! A sabedoria do mundo... Olhe a sua volta; lhe parece que esta sociedade descobriu a raiz dos problemas da alma humana? Você vê a alma humana mais saudável no mundo que te cerca? Pessoas mais equilibradas, relações mais equilibradas ( Pais - filhos - cônjuges - amigos)? Pecados vencidos? Ops, desculpe, a psicologia não acredita em pecado.

É surpreendente, mais por todos os lados vemos os chamados "psicólogos cristãos" afirmarem que a Bíblia por si mesma não possui elementos suficientes para satisfazer as profundas necessidades emocionais das pessoas. Ela sozinha, não é um recurso adequado.

Afirmam que se alguém quiser se defrontar com os dramas da alma humana, terá 
que ter ajuda extra-bíblica. Que só quem tem essas "técnicas e teorias", possui a chave para ajudar as pessoas em seus problemas profundos.

A verdadeira psicologia ( O estudo da alma ) - só pode ser encontrada na Bíblia. Só ela e mais nada possui recursos para compreensão e a transformação da alma. É disso que ela realmente trata.

A psicologia secular se baseia tão somente em pressupostos ateístas e em 
fundamentos evolucionistas, podendo então, lidar com pessoas apenas num nível superficial e temporal.

Como a igreja pode ter se deixado envolver por isso? A santificação espiritual é o caminho para a integridade e saúde da alma. Você pode dizer que conhece inúmeras pessoas na igreja sem isso. É óbvio, a medida que o remédio é pressupostos humanos, colhem o mesmo resultado pífio. 
Não é a Palavra de Deus que falha com essas pessoas; são elas que falham em ver a Palavra de Deus como algo perfeito e suficiente. Não se pode misturar ouro e barro. Uma das últimas prioridades hoje na igreja é crescer na graça e no conhecimento de Deus. A busca é pela "felicidade" - da realização, da obtenção de coisas... Enfim, é o governo da sabedoria do mundo.

Cristo vivendo neste mundo, reagiu de forma perfeita e santa a todos os traumas e provações da vida humana - e esses foram mais severos sobre ele do que sobre nós. Isso nos mostra claramente, que a perfeita vitória sobre todas as dificuldades da vida, é resultado de sermos como Cristo - Algo que só o Espírito Santo através da Palavra pode fazer.

O verdadeiro "conselheiro cristão" deve manejar bem a palavra de verdade. Mas hoje, leitura bíblica, oração, etc. São vistos com desprezo - "soluções simplistas", insuficientes e incompletas para uma pessoa que está lutando contra a depressão e a ansiedade. Crêem que as soluções bíblicas não oferecem possibilidade real de cura para os infortúnios da alma humana.

Estão fascinados pela sabedoria do mundo - no mínimo a vêem como ajuda 
indispensável para que a Palavra de Deus, o Espírito Santo, atinjam seus objetivos.

A "igreja" não vê mais a sabedoria do mundo como Paulo mostra - Não falamos a "sabedoria deste mundo, nem dos poderosos desde mundo, que se reduz a nada".

Em todos os temas, a sabedoria do mundo parece mais sábia que a verdade de Deus para a "igreja" dos nossos dias. Problemas da alma, auto-ajuda, pensamento positivo, estratégias de crescimento, regras de mercado, marketing...

sábado, 3 de setembro de 2011

Confrontação ou Entretenimento? John MacArthur

Há milhares de igrejas, ao redor do mundo, que não querem ouvir a sã  doutrina. Não agüentariam,
por duas semanas, um ensino bíblico firme que refutasse seus erros doutrinários, que confrontasse o seu
 pecado, que  lhes trouxesse convicção e as exortasse a obedecer a verdade. Não desejam ouvir pregação
sadia. Por quê? Porque os que se encontram nas igrejas desejam possuir a Deus sem abrir mão de seu
estilo de vida  pecaminoso; por isso não toleram que alguém lhes diga o que a Palavra de Deus declara
 a esse respeito.

Então, o que desejam eles ouvir? "Cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que
sentindo coceira nos ouvidos" (2 Tm 4.3). Ironicamente, eles procuram mestres. Aliás, cercam-se de
 mestres, mas não aqueles que ensinam a sã doutrina. Escolhem mestres que lhes ensinem o que
desejam ouvir, ou seja, aquilo que satisfaz a coceira de seus  ouvidos. Desejam aquilo que os faz
sentirem-se bem consigo mesmos.  Pregadores que os ofendem, esses são rejeitados. Ajuntam ao redor
de si uma porção de professores que satisfazem seus apetites insaciáveis e egoístas. O pregador que traz
 a mensagem que mais necessitam ouvir é aquele que eles menos gostam de ouvir.

Infelizmente, pregadores com mensagens que satisfazem as coceiras nos ouvidos são abundantes em
 nossos dias. "Em épocas de fé instável, de ceticismo e de mera especulação curiosa em relação aos
aspectos espirituais, mestres de todo tipo proliferam, tal como as moscas da praga no Egito. A demanda 
gera o suprimento. Os ouvintes convidam e moldam os seus próprios pregadores. Se as pessoas desejam
 um bezerro para adorar, o ministro 'que fabrica bezerros' logo é encontrado".

Esta avidez por mensagens que agradem a coceira nos ouvidos conduz a um final terrível. O versículo 4
 diz que, por fim, essas pessoas "se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas".
 Tornam-se vítimas de sua própria recusa em ouvir a verdade. A frase "recusar-se-ão a dar ouvidos" está
 na voz ativa. Isto significa que as pessoas deliberadamente escolhem essa atitude. A frase "entregando-se
às fábulas" está na voz passiva, descrevendo o que acontece a elas. Tendo  dado as costas à verdade,
tornam-se instrumentos de Satanás. A ausência de luz são as trevas.

Isso está acontecendo na igreja contemporânea. O evangelicalismo perdeu sua tolerância para com a
 pregação confrontadora. A esta altura, a igreja flerta com os mais graves erros doutrinários. Os cristãos
 buscam imprudentemente a revelação extra-bíblica na forma de profecias e sonhos. Os pregadores
 negam ou ignoram a realidade do inferno. O evangelho moderno promete o céu sem uma vida de
santidade. As igrejas ignoram o ensinamento bíblico acerca do papel da mulher, do homossexualismo
 e de outras questões sensíveis. Os recursos humanos substituíram a mensagem divina. Isso tudo
 compromete a doutrina seriamente. Se a igreja não se arrepender e retornar ao caminho de 
ascendência (como diria Spurgeon), estes e outros erros semelhantes se tornarão epidêmicos.

Observe novamente a frase-chave no versículo 3: "Como que sentindo coceira nos ouvidos". Por que
 não suportam a sã doutrina? Por que cercam-se de mestres e voltam as costas para a verdade?
 Porque no seu íntimo o que pretendem é satisfazer a coceira de seus ouvidos. Não querem ser 
confrontados. Não querem sentir convicção de pecado. Desejam ser entretidos; querem pregações
 que produzam sentimentos agradáveis. 
Desejam sentir-se bem. Querem satisfazer a coceira dos seus ouvidos com anedotas, humor,
 psicologia, palestras motivacionais, estímulos, pensamento positivo, auto-satisfação e sermões que
 fortalecem o ego. 
Correção, repreensão e exortação bíblicas são inaceitáveis.

Mas a verdade de Deus não faz cócegas em nossos ouvidos; ela esbofeteia os nossos ouvidos. Ela
 os queima. Primeiramente, ela corrige, repreende e traz convicção; depois, ela exorta e encoraja.
Os que pregam a Palavra precisam ter o cuidado de manter esse equilíbrio.

Em João 6, após Jesus ter pregado um sermão bastante severo, a Bíblia nos diz: "À vista disso, muitos
 dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele" (v. 66). Enquanto as multidões se
 retiravam, nosso Senhor voltou-se a seus discípulos e perguntou: "Porventura, quereis também vós
outros retirar-vos?" (v. 67). A resposta de Pedro, em nome dos demais apóstolos, é significativa:
 "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna" (v. 68). Esta é a resposta correta. 
Revela a diferença entre os verdadeiros discípulos e os demais: a fome pela Palavra. Jesus afirmou:
 "Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos" (Jo 8.31). Pessoas
que buscam ser alimentadas ou entretidas, curiosos e gente que apenas segue as multidões não são,
 de forma alguma, discípulos verdadeiros. Os que amam a Palavra são os verdadeiros seguidores de
 Cristo. Esses não desejarão ouvir pregadores que cocem seus ouvidos.

Lendo a Bíblia em vão - Charles Haddon Spurgeon


Devemos entender aquilo que lemos na Palavra de Deus, sendo que de outra forma, lemos em vão,
reconhecemos que quando passamos ao estudo das Escrituras Sagradas devemos esforçar-nos
para ter nossa mente bem atenta. Parece-me que nem sempre estamos em boas condições para
ler a Bíblia. As vezes, seria bom fazermos uma pausa antes de abrirmos o Livro. "Tira as sandálias
dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa." Você acabou de chegar de seus negócios
seculares, com seus cuidados e ansiedades, e não consegue pegar naquele Livro e  imediatamente 
penetrar nos seus mistérios celestiais. 

Assim como você pede a bênção sobre sua refeição antes de começar a comer, também seria
uma boa regra pedir uma bênção sobre sua leitura da Palavra antes de ingerir sua comida celestial.
Ore para que o Senhor abra os seus olhos espirituais, antes de você ousar olhar para  a luz eterna
das Escrituras. A leitura bíblica é a hora de nossa refeição espiritual. É só tocar a  sineta e convidar
todas as faculdades mentais à mesa do próprio Senhor para fartar-se com a comida que agora está
pronta; ou, melhor, que soe como o toque dos sinos da igreja em convite  para a adoração, porque
o estudo das Sagradas Escrituras deve ser uma ação tão solene como nosso ato de adoração na
casa do Senhor.

Meditação na Palavra

Se a leitura começar dessa forma, você perceberá imediatamente que, para compreender aquilo
que lê, precisará meditar a respeito. Alguns trechos bíblicos ficam claros diante dos nossos olhos
— baixos abençoados onde os cordeiros podem chapinhar; existem, no entanto, profundezas
onde nossa mente poderia antes afogar-se do que nadar com prazer, se ela chegasse até lá sem
cautela. Existem textos das Escrituras que foram feitos e construídos com o propósito de nos levar
a pensar. Por esse meio, inclusive, nosso Pai celestial quer nos educar para o céu — fazendo-nos
penetrar nos mistérios divinos com a nossa mente. Por isso, Ele nos oferece a sua Palavra de
uma  forma às vezes complexa, para nos compelir a meditar sobre ela, antes de chegarmos à sua
doçura. 

Ele poderia ter explicado tudo de tal maneira que captássemos o pensamento num só minuto, mas
não foi da vontade dEle fazer assim em todos os casos. Muitos dos véus que são lançados sobre as
Escrituras não têm a intenção de ocultar o significado aos leitores diligentes, mas de compelir a
mente a ser ativa, pois muitas vezes a diligência do coração em procurar saber a vontade divina faz
mais bem ao coração do que a própria sabedoria obtida. A meditação e o esforço mental cuidadoso
servem como exercício e fortalecimento da alma, que passa a ficar em condições de receber verdades
 ainda mais sublimes.

Precisamos meditar.

Essas uvas não produzem vinho até serem pisadas por nós. Essas azeitonas precisam ser colocadas
debaixo da roda, e prensadas repetidas vezes, para que o azeite flua delas. Olhando para um punhado
de nozes, percebemos quais delas já foram comidas, porque há um buraquinho onde o inseto furou a
casca — só um buraquinho, e lá dentro há uma criatura vivente comendo a noz. 
 
Ora, é uma coisa maravilhosa furar a casca da letra, para então ficar por dentro comendo a própria
noz.  Bem que eu gostaria de ser um vermezinho assim, vivendo dentro da Palavra de Deus,
alimentando-me  dela, depois de ter aberto caminho através da casca e ter chegado ao mistério mais
interior do evangelho  bendito. A Palavra de Deus sempre é mais preciosa para o homem que mais se
alimenta dela.

No ano passado, sentado debaixo de uma faia nogueira que se estendia em todas as direções, e
admirando aquela árvore tão maravilhosa, pensei comigo mesmo: Não tenho nem a metade da estima
por essa faia do que o esquilo tem. Vejo-o, pulando de galho em galho, e tenho certeza que ele dá muito 
valor àquela velha faia, porque tem seu lar em algum oco dentro dela, os galhos são o seu abrigo,
e aquelas nozes de faia são o seu alimento. Ele vive da árvore. É seu mundo, seu pátio de recreio, seu
celeiro, seu lar; realmente, é tudo para ele; mas para mim, não, porque obtenho meu repouso e minhas  
refeições em outro lugar. 

No caso da Palavra de Deus, é bom sermos como esquilos, habitando nela e vivendo dela.
Exercitemos nossa mente, pulando de galho em galho na Palavra; achemos nela o nosso repouso
e façamos dela o nosso tudo. O proveito será todo nosso, se fizermos dela nosso alimento, nosso remédio,
 nosso tesouro, nosso arsenal, nosso repouso, nossa delícia. Que o Espírito Santo nos leve a fazer assim,
 tornando a Palavra tão preciosa à nossa alma!




ERÓTICO VERSUS ESPIRITUAL A. W. Tozer


A época em que vivemos poderá ficar conhecida como a Idade do Erotismo. O amor sexual se tornou uma forma de culto. Entre os homens civilizados, Eros tem mais adoradores do que qualquer outro deus. Para milhões, o erótico tem substituído completamente o espiritual.

Os fatores 

Não é difícil determinar como o mundo caiu nesse estado. Fatores contribuintes são as emissoras de rádio e os aparelhos de som, que podem disseminar  uma música de amor por todo um país em poucos dias; o cinema e a televisão, que proporcionam a toda uma população a oportunidade de banquetear-se com mulheres sensuais e jovens soberbos unidos em braços apaixonados (nas salas de visitas de lares “cristãos”, aos olhos de crianças nocentes!); menos horas de trabalho e a multiplicação de máquinas automáticas que resultam no aumento do lazer para todos.

Juntemos a tudo isso dezenas de campanhas de propaganda concebidas inteligentemente, que transformam o sexo em isca não muito bem disfarçada, a fim de atrair compradores para quase todos os produtos imagináveis; os escritores infames que consagraram suas vidas à obra de tornar conhecidas as levianas e falsas nulidades, utilizando personagens que têm carinha de anjo e moral de prostituta; novelistas sem consciência que alcançam fama duvidosa
 e enriquecem à custa da perniciosa ocupação de drenar do esgoto de sua alma podridões literárias que entretêm as massas. Tudo isso nos mostra como Eros conseguiu triunfar sobre o mundo civilizado.

Se esse deus não importunasse os crentes, não haveria razão para inquietar-me com o seu culto. Um dia, toda a sua fétida sujeira ruirá sobre si mesma, tornando-se um excelente combustível para o fogo do inferno, uma justa recompensa, fazendo-nos ter compaixão daqueles que forem engolidos na sua  trágica ruína. Se as coisas fossem diferentes do que realmente são, as lágrimas e o silêncio seriam melhores do que as palavras. Mas o culto de Eros está afetando seriamente a igreja. A límpida religião de Cristo, que flui do coração de Deus como um rio cristalino, está sendo poluída pelas águas sujas que escorrem do altar da abominação que se vê em todos os outeiros e debaixo de todas as árvores, em todas as parte de nosso país.

Os crentes estão sendo influenciados

A influência desse espírito erótico está sendo percebida em quase todos os círculos evangélicos. Grande parte da música cantada em certos tipos de  reuniões transpira mais romance do que a voz do Espírito Santo. Cânticos e músicas foram escritos para despertar a luxúria. Cristo é tratado com uma familiaridade que revela ignorância completa a respeito do seu caráter. O que predomina não é mais a reverente intimidade do santo que adora, e sim a impudica familiaridade do amante carnal.

A ficção religiosa tem utilizado o sexo para criar interesse em seus leitores, servindo-se da aparente desculpa de que, entrelaçando o romance erótico  com a religião em uma ficção, o leitor habitual, que não gasta tempo com um livro puramente religioso, desejará ler a ficção e, assim, conhecerá o evangelho. Não levando em conta o fato de que os mais modernos romancistas religiosos são apenas amadores, incapazes de escrever pelo menos uma linha de literatura realmente boa, o conceito de romances espirituais está errado.

Os impulsos libidinosos e o doce e profundo estímulo do Espírito Santo são diametralmente opostos. A noção de que Eros pode servir como um auxilio ao Senhor da glória é ultrajante. Os filmes “cristãos” que procuram atrair o público com cenas amorosas em sua propaganda são completamente contrários à religião de Cristo. Somente os que se acham espiritualmente cegos podem ser enganados.

A moda da beleza física e de personalidades brilhantes nas produções religiosas é uma manifestação da influência do sentimento romântico na igreja. O balanço rítmico, o sorriso inalterável e a voz  demasiadamente alegre enganam o religioso mundano. Ele aprendeu a sua técnica na televisão, mas não o suficiente para obter sucesso no campo profissional; por isso, ele traz sua produção ineficiente para o lugar santo, mascateando-a aos cristãos débeis e mal nutridos, que buscam  algo para divertirem-se, enquanto fazem parte da maioria religiosa popular.

Tempo para falar 

Se a minha linguagem parece severa, lembrem-se de que não está sendo dirigida a ninguém pessoalmente. Sinto grande compaixão pelo mundo dos homens perdidos e desejo que todos venham ao arrependimento. Pelos crentes cujas vigorosas mas errôneas lideranças têm desviado a igreja moderna do altar de Jeová para o altar do Erro, sinto amor e compaixão. Quero ser o último a injuriá-los e o primeiro a perdoá-los, lembrando-me dos  meus pecados passados e da minha necessidade de misericórdia, bem como de minha própria fraqueza e inclinação natural para o pecado e o erro. A jumenta de Balaão foi usada por Deus para repreender um profeta. Concluímos disto que Deus não requer perfeição no instrumento que usa para admoestar e exortar seu povo.

Quando o rebanho de Deus está em perigo, o pastor não deve contemplar as estrelas e meditar sobre temas “inspirativos”. Está moralmente obrigado a pegar suas armas e a correr para defendê-lo. Quando as circunstâncias exigem, o amor tem de usar a espada, embora tenha o desejo de enfaixar o  coração quebrantado e cuidar do ferido. Chegou o tempo de o profeta ser ouvido novamente. Durante as últimas décadas, a timidez disfarçada em
 humildade tem-se mantido no seu canto, enquanto a qualidade espiritual da cristandade evangélica tem se tornado pior a cada ano que passa. Por quanto tempo ainda, Senhor? Por quanto tempo?