quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Gênesis cap.3

Gênesis cap.3

Gn.3: 1- É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? Podemos ver a grande astúcia da serpente nestas palavras. O diabo não aparece com chifres ou odor de enxofre, mas com grande esperteza e lança uma dúvida veemente sobre a Palavra de Deus. Ele não disse
que Deus havia mentido e nem ataca de forma frontal, apenas lança a semente da dúvida: Foi isso mesmo que Deus disse? Aqui estava lançada a sorte, estava sob ataque o fundamento, o alicerce da fé que a Eva mantinha. Se ela estivesse firmada na Palavra de Deus, não esticaria o assunto, um coração cheio da Palavra de Deus responderia com pressa: “....pelas Palavras dos teus lábios me
guardei das veredas do destruidor”(Sl.17: 4).

Porém, ao invés da simples resposta de fé, Eva permanece no diálogo e responde: Gn.3:3- “Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais”. É incrível que Eva, sem o menor constrangimento, acrescenta
algo a Palavra de Deus. Ela acrescenta a seguinte sentença: “Não comereis e nem nele tocareis”, mas quando lemos a ordem do Senhor em Gn.2: 17, percebemos que Deus não disse nada sobre tocar, Deus apenas disse não comereis.
Vemos que Eva decide ajudar a Deus e dar o seu acréscimo à Palavra, vemos que ela não deseja uma obediência cega, uma fé simples, ela deseja acrescentar o seu estilo, a sua ponderação sobre o
que o Senhor disse.

Satanás sabia que esta era sua oportunidade, sabia que a dúvida havia florescido, percebeu que aquela mulher não tinha completa fidelidade à Palavra de Deus, não tinha noção da magnitude e poder que são inerentes à Palavra. Ele sabia que “um racionalismo polido, um leve duvidar, está muito próximo de infidelidade atrevida; e a infidelidade que se atreve a julgar a Palavra de Deus não está longe do ateísmo que nega a Sua existência”. Eva nunca teria ficado a ouvir a serpente desmentir Deus se não tivesse previamente caído em relaxamento e indiferença quanto à Sua Palavra.

Gn.3: 4 e 5- Após o primeiro vacilo de Eva e sua grave presunção em acrescer palavras humanas à Palavra de Deus, satanás torna-se mais ousado e parte para um segundo e mais insolente ataque. Ele diz à mulher: “Certamente não morrereis, porque Deus sabe que no dia em que dele
comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”. Podemos ver que não há limites para a petulância da serpente, com que perversidade ela leva a mulher a duvidar do amor de Deus, convence a mulher de que se Deus a amasse, não a teria privado de desfrutar de tão grande benefício de conhecimentos. Afirma que Deus estava sendo egoísta e covarde impedindo o homem de conhecer, ao mesmo tempo, o bem e o mal. Ela diz a mulher que o homem bem poderia lidar com esse conhecimento e que, certamente, não morreria, mas seria como Deus, seria igual a Deus, seria portador de todo o conhecimento. Que grande armadilha estava diante de Eva, que
terrível pretensão, que desejo profano estava sendo instalado no frágil coração, um pretenso grito de liberdade, um suposta e falsa independência, uma afronta velada, a criatura feita de barro esbraveja ao Criador, porque me fizeste assim? Sou dono dos meus caminhos, tenho livre arbítrio e decido o meu futuro escolhendo entre o bem e o mal! O homem então sonhou ser seu próprio deus, assim como satanás um dia o fez rejeitando a autoridade e soberania de Seu Criador, “adquiriu um campo com o galardão da iniqüidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram”(At.1: 18).

Eva não confiou no amor de Deus. Na hora da tentação somos persuadidos a pensar que se Deus nos amasse faria nossa vida mais fácil e nos daria conhecimentos e bens, somos tentados a achar que os caminhos pelos quais o Senhor nos conduz, são por demais espinhosos e que Ele nos priva de muitas coisas a que temos direito. Essa é a voz de satanás! O Verdadeiro filho de Deus, sabe que o caminho “estreito” pelo qual está sendo conduzido é o melhor, não ousa contestar ao Pai e sabe que seu fim será o Reino Eterno de bem aventuranças que palavras humanas não podem descrever.

Desconfiar de Deus é reflexo de não conhecer a Deus intimamente, por este erro todos pereceram, mas o Senhor Jesus, esperança nossa nos diz: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”(Jo.17:3). Não conhecer a Deus é morte e conhecê-Lo é vida. Isto torna a vida algo totalmente fora de nós mesmo e dependente do que Deus é. Seja em que nível for, nunca será dito que vida eterna é “conhecer-se a si mesmo”. Tudo o que somos e ainda seremos dependerá do conhecimento que temos de Deus. Até mesmo o conhecimento que temos de nós mesmos dependerá do que vemos em Deus. A ciência diz:
“Conhece-te a ti mesmo”; mas o crente, confia na Palavra e ouve: “Lembra-te do Teu Criador”, ame-O de todas as tuas forças, coração, entendimento e alma, busque Seu Reinado e todas
as demais coisas vos serão acrescentadas, mesmo o auto-conhecimento, e, também, a verdade acerca de uma natureza completamente manchada pelo pecado que domina todos os mais íntimos desejos do homem não regenerado será desnudada diante de você.

Gn.3: 6- E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Aqui está o princípio de todo falso amor e mais terrível ilusão do coração. Como nos ensina o apóstolo João em sua epístola (IJo.2:16)- Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, näo é do Pai, mas do mundo. Esta é a essência de toda a tentação (tudo o que há no mundo), o cerne da mais vil arma de satanás contra todos os filhos de Deus. Satanás, o príncipe deste mundo(Jo14:30), criou um sistema para agir nas áreas mais fragilizadas pelo pecado, assim, ele sempre nos tenta através de todos os encantos e fascínios mundanos.

-Concupiscência dos olhos (viu a mulher que aquela árvore era agradável aos olhos): Há, quantas belezas e fascínio o diabo tem criado para nos atrair neste mundo, para nos envolver em tantas coisas aparentemente inocentes mas que sempre nos impedirão de ter Deus no centro de nossas vidas. Hoje existem cassinos, Las Vegas, os grandes shoppings e centros de consumo, as artes, os torneios esportivos..... há, quantas coisas para envolver nossa vida afim de que não olhemos mais para nossa verdadeira habitação que é celestial e nos esqueçamos de desejar nosso lar.

-Concupiscência da carne (viu a mulher que a árvore era boa para se comer): Quantos prazeres alimentam nossa carne? Desde as iguarias gastronômicas para aqueles que estão sempre pensando em comer, até a lascívia e libidinosidade para aqueles que fazem da sensualidade um padrão no
consumo de roupas, cosmética e prazeres em filmes e piadas imorais. Desde os filmes de comédia com piadas obscenas até aqueles romances onde os atores se relacionam e se beijam como se casados fossem sendo tudo nada mais que prostituição. Satanás possui uma vasta rede de prazeres “inocentes” para enredar e enganar aqueles que buscam escapar das corrupções deste mundo vão.

-A soberba da vida(RC) ou ostentação dos bens(NVI) (viu a mulher que a árvore era desejável para dar entendimento): E não é este o grande argumento da humanidade independente. O homem pelo homem, caminhando sem dar satisfações a Deus, se dar glória a Deus, buscando os bens da terra e conhecimento sem limites para se vangloriar de seu Feitosa ponto de entoar frases famosas como: “Nem Deus afunda o Titanic”. Assim, o homem constrói seu mundo infiel e empilha lenhas e brasas sobre a própria cabeça ante o furor da ira do Senhor. Muitos se gabam de seus bens, casas e carros. Pensam que para sempre terão boa saúde e pensam que estão acima de todos por possuírem
coisas, quando na verdade, são possuídos por elas e caminham para a destruição de suas almas. Sem dúvida a soberba da vida, o desejo de glória, a paixão por riquezas e sucesso tem sido uma ferramenta poderosíssima nas mãos do inimigo de nossas almas desde o início da criação. Que o Senhor seja nossa força e refúgio para guardar-nos dela.

Gn 3: 7- “Coseram folhas de figueira” para cobrir a nudez. Que terrível engano, o pecado estava instalado no coração do homem, ele se achava auto-suficiente, se achava independente, estava nu, então, precisava resolver isso a sua maneira fazendo roupas a seu estilo. Óh, grande
ilusão! Roupas feitas pelas mãos do homem jamais esconderão sua vergonha. O pecado não será coberto pela figueira (justiça humana, justiça própria), nenhuma boa obra que fizesse o poderia justificar. Só havia uma saída: Na pele de outro, no sangue de outro, no sacrifício e morte de outro, o pecado poderia ser apagado. Deus providencia as roupas, Deus mata e veste o homem com a pele e justiça de “Outro” (Gn3: 21). Ó sublime, ó maravilhosa profecia de nosso substituto na morte de Cruz, o nosso Cordeiro pascal, nossa Eterna redenção, aleluia!!

Gn.3:8 a 12- “Ouvi a Tua voz soar no jardim e temi”. Vemos que parte da promessa feita pela serpente era verdadeira. Comendo da árvore o homem adquirira conhecimento e consciência. Agora o homem conhecia o bem, mas não tinha força para fazê-lo, conhecia o mal, mas não tinha forças para resistir a ele. Muitos insistem em afirmar que a consciência nos levaria a Deus, mas qual foi a atitude de Adão? Em seu primeiro ato de consciência ele acusa a mulher e se mostra um covarde. A consciência produziu vergonha, censura e remorso. Como poderia a compreensão do eu sou levar-me a Deus? Não é certo que eu fugiria Dele após ver minha situação? Mas quando vejo quem Deus é, ÓH aleluia, a Ele irei pelo sangue do Cordeiro e não por meus atos de bondade ou
pelas folhas da figueira.

Observamos que o ponto de partida de toda religiosidade humana se baseia no fato do homem estar nu e desejar vestir-se.
Assim, não tem sido poucos os esforços que a o homem tem empreendido para remediar sua situação. De sorte que ele está claramente nu e todas as suas obras são o resultado de ser ele assim. Devemos saber que estamos vestidos, antes de podermos fazer qualquer coisa para agradar a Deus.

Esta é a diferença entre o verdadeiro cristianismo e a religiosidade humana. Aquele, baseado sobre o fato do homem estar vestido nos méritos de Cristo, este sobre o fato do homem estar nu
desejando justificar-se por alguma obra. A primeira tem como ponto de partida a aquilo que a última tem como seu alvo. Tudo o que um verdadeiro cristão faz é porque está vestido-perfeitamente e adequadamente vestido. Tudo o que o mero religioso faz é com o fim de vestir-se.

Quando Adão ao ouviu a voz do Senhor no jardim, “temeu”, como ele próprio confessou, “estava nu”, ainda que tivesse sobre si o seu vestido de folhas. É claro que esse vestido nem sequer podia satisfazer sua própria consciência, pois “se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus”(IJo.3: 21). Porém se até mesmo a frágil consciência humana não pode achar repouso nos esforços religiosos do homem, quanto menos a santidade de Deus. Adão, assustado fugiu e tentou esconder-se de Deus, pois tudo o que a religião forjada na mente do homem pode oferecer é um esconderijo de Deus.

“E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Adão onde estas”? Ó bendita pergunta, todo o universo criado em perfeição podia mostrar muitos atributos de Deus como sua sabedoria, poder e
onisciência, mas ainda faltava algo a ser aprendido sobre Ele, O Seu Infinito Amor. “Adão, onde estás”? O Criador e Senhor ofendido busca o homem escondido na vergonha do seu pecado. Óh aleluia! Quem poderá medir esse amor tão grande?
Deus primeiro desceu para criar; e, depois que a serpente ousou imiscuir-se na criação, Deus desce para salvar .

Gn.3: 12- “.....A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi”. Quão profundas as marcas do pecado no caráter do homem; todos poderiam ser culpados, a mulher, as circunstancias, até o próprio Deus, mas nunca o EU. Quão dificilmente o pecador reconhece seu
estado, quão dificilmente se lançará aos pés da cruz em profundo clamor por entender que não possui uma só célula em seu corpo que não esteja manchada pelo pecado e que, por isso, precisa, desesperadamente, encontrar o verdadeiro arrependimento.

Gn.3:15- “A semente de mulher”. Pela fé, Adão compreendeu que nada do que ele fizesse traria a libertação do pecado, mas que Deus faria nascer da mulher, daquela mesma mulher que errou, dela mesma, pelo Amor que só Deus possui, dela descenderia o salvador de todos os homens,
assim: “chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes (Gn.3: 20). Ele não a chamou mãe de todos os mortos vivos, mas a chamou Eva, mãe de todos os que vivem.

Gn.3: 17- “Maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida”. O pecado afeta toda a criação, a terra fica amaldiçoada por causa do homem. Sabemos que mesmo a terra será redimida pelo fogo (IIPe.3: 7) na revelação de nosso Senhor, agora, porém, esta é a sua condição. Munido deste conhecimento o homem avança por um mundo que está
debaixo da maldição confiando apenas Naquele que abriu um “Novo e Vivo caminho”(Hb10: 20) para a Vida Eterna pela ressurreição dentre os mortos.

Gn.3: 21- “E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu”.
E fez o Senhor Deus.... o orgulhoso coração do homem terá que reconhecer que somente aquilo que Deus fez pode ocultar sua nudez, somente aquilo que é feito em Deus, que tem sua origem em Deus, pode satisfazer a Sua ira bendita contra o pecado.

Gn.3: 24- “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”. O homem podia desejar voltar, podia desejar e querer, mas não poderia fazer. O caminho estava lacrado, o homem não pode decidir pela vida, ela é dom de Deus, decisão de Deus, dádiva de Deus. Se Adão alcançasse vida eterna em sua condição de pecador, então seria um eterno pecador em uma vida de miséria eterna. Mas não foi assim, Deus abriu um novo caminho, um caminho de morte e ressurreição por Cristo Jesus que diz: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim”(João14: 6).

Acyr

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